PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sexta-feira, 30 de março de 2018

SILÊNCIO BARULHENTO





“Cale-se! Acalme-se! O vento parou e tudo ficou calmo” Mc 4,39


SEXTA-FEIRA SANTA, que chama ao silêncio, ao respeito, à oração de gratidão pelo gesto grande com que Cristo entregou sua vida por amor a nós, amor sem medida ou julgamentos, amor que acolhe e eleva. Tão sublime que chega a transformar-se num barulho questionador e provocador.

É barulho para quem ouve. É vibração aos desprovidos de audição.

Diga-se que não é um ruído como outro qualquer, de melodia, de instrumentos tocando ou de latidos dos cães, das conversas altas ou gritarias da vizinhança. São dos barulhos que vem de dentro, das ventanias da vida diária...

Os ruídos que começam a chegar à mente e ao coração, quando nos dispomos a fazer silêncio em algum canto, recolhidos e dispostos a alguns minutos de reflexão.

Os ruídos mais barulhentos que pode haver, porque são os mais difíceis de aceitar, de se ouvir: o ruído da consciência! Algumas vezes convidando à fuga até!

Neste dia, especialmente, os ruídos talvez sejam de maiores proporções. Até porque, em referência à palavra morte, que ressoa com mais vigor porque memória da morte injusta e ignominiosa de Cristo, com ela, também outras tantas mortes violentas e injustas vão se repetindo, a cada hora, a cada segundo no meio de nós...

E o silêncio, de ecos ressoando, transforma-se em agonia, lamento, em interrogações: Quanto vale a vida, por tantas mortes hoje assistidas? São pais e mães, são filhos. São agentes de militância, de luta e consciência, de polícia. Jovens e negros os que mais se matam por este país!

A Via Sacra de Cristo assim não termina. Continua em cada esquina, em cada canto: a guerra, o tráfico, omissão e ineficiência; poder e corrupção, relegando-se cada vez a saúde e educação, o saneamento básico, a água pura e a segurança da população.

E o barulho do silêncio agora delineia uma pauta, meio que retorcida e levemente esboçada, como que reacendendo a esperança em meio a tantos sinais de morte, onde a vida de cada humano ser é preciosa aos olhos de Deus, de seu Filho Redentor, do Espírito de Amor: rezar pela paz, promover o perdão, cultivar o amor, nutrir compaixão e, sobretudo, manter acesa sempre a fé na Ressurreição.



Pela Inclusão e pela Vida!



 

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