NEGRA MARIAMA – 300 ANOS DE PROTEÇÃO
“Negra Mariama chama para enfeitar,
O andor porta estandarte para ostentar
A imagem Aparecida em nossa escravidão.
Com o rosto dos pequenos,
Cor de quem é irmão”
(Pejoteiro)
Trezentos
anos de proteção sob o manto sagrado de Negra Mariama, a Mãe Aparecida, título
carinhoso que lhe deu nosso saudoso D. Hélder Câmara.
Nossa
Senhora da Conceição Aparecida, em cor escurecida pelas águas do rio Paraíba,
que tão bem combina com a cor de nosso povo negro. Cor que ainda não assumimos completamente
como nossa neste país, porque são evidentes os fatos e atos marcados pela
segregação, exclusão e marginalização de pobres, desempregados, desassistidos
pelo poder público social, cultural, econômico e político, mesmo após séculos da
abolição da escravidão.
Negra
Mariama, porém, nunca deixou de amparar seus filhos diletos da pátria que a
acolhem, invocam e veneram como a Mãe de Jesus e nossa também. E segue
assistindo, abençoando e acompanhando-nos por este “vale de lágrimas”, nas
lutas diárias, dores, alegrias e esperança, rumo ao tão sonhado paraíso, onde
seremos uma só família com seu Filho, nosso único Pastor.
Negra
Mariama, a filha predileta que Deus-Pai escolheu para ser a mãe de Deus-Filho,
Jesus, agraciada com o dom sublime da maternidade divina, foi também a criatura
mais simples da face da terra, que se deixou encontrar pelos simples, pelos
pobres. Também em Aparecida, foi encontrada por humildes pescadores. Sinal de
que Deus se encanta e tem preferência pelos pequenos, assim como pastores foram
os primeiros que encontraram seu Filho na manjedoura.
E
hoje, na festa dela, a nossa Padroeira tão amada e querida, a Mãe atenta e
cuidadosa, quando acorremos em nossas orações, louvores e súplicas, ela também
deixa a cada um de nós um pedido, uma mensagem como sinal, tal qual naquela
ocasião das Bodas de Caná, quando o vinho faltou na festa e ela corre ao Filho,
para que a alegria do momento perdurasse por mais tempo:
“FAZEI TUDO O QUE ELE VOS
DISSER” (JO 2,5)
Ali, Jesus bem sabia que faltaria vinho e
poderia agir de imediato, mas deixou que a sutileza, intuição e solidariedade
de uma mulher falassem primeiro. Ele preferiu atender o apelo da Mãe. O mesmo
faz conosco: Ele espera nossas atitudes...
O gesto de uma mulher transformou
uma festa. O coração de uma Mãe intercede pelos filhos, sempre...
Peçamos à Mãe, que o Filho
atende!
(Post publicado originalmente em outubro/2017, por ocasião dos 300 anos da Aparição de NS Aparecida. Repostado hoje em homenagem à Mãe Negra do povo brasileiro, que tão bem representa a cor da maior parcela da população de nossa Pátria, a raça negra).
Pela Inclusão e Pela Vida!
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