Hoje passo a incluir no
blog um novo formato de post em forma de entrevista. Vez ou outra pretendo
entrevistar pessoas diversas e falar sobre suas vidas, trabalho, lutas, enfim
sobre a diferença que fazem e promovem em seu meio e na sociedade. Haja vista -
Alargar os horizontes da inclusão - não é apenas abordar sobre a inclusão das
deficiências unicamente, mas de todas as ações que envolvem a convivência
humana e suas interfaces nas relações com o meio e o mundo, afinal todos somos
diversos e na diversidade nos completamos.
Esta primeira entrevista
será especial, com meus genitores, isto porque hoje, data em que eles comemoram 58 anos
de união, é também o Dia da Árvore e o Dia de Luta das Pessoas com Deficiência,
e suas vidas estiveram sempre ligadas no plantio de árvores e envolvidos em minhas lutas também. Dedico então a
eles o espaço que ora publico e ofereço ao leitor.
Entrevista com o casal Plinio e Maria da Glória Frizo
Onde e quando nasceram?
Plinio: em Jarinu/SP, em 15 de setembro de 1931.
Maria: no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro de 1934.
Qual a origem de seus
pais e a maior virtude deles?
Plinio: Meu pai era
italiano e a mãe, brasileira. A maior virtude foi a fé, a honestidade e o
trabalho.
Maria: Meu pai era
português de Trás-os-Montes. Minha mãe, fluminense, como eu. A virtude deles
era a solidariedade, eram muito trabalhadores e batalhadores. Com minha mãe
aprendi a devoção a Nossa Senhora.
Quantos irmãos têm?
Plinio: Éramos em 15.
Cresceram 12, hoje somos em apenas dois.
Maria: Éramos em 10,
hoje somos seis.
Qual o fato mais
marcante da infância?
Plinio: Fomos muito
vidrados em futebol, pescar e caçar passarinhos (aqueles tempos eram outros).
Como éramos em tantos moleques, todas as noites mamãe tinha o hábito de rezar o
terço em família e, como já estávamos cansados de brincar, dormíamos no meio da
reza e ainda levávamos bronca. Minha mãe era uma mulher de muita fé e queria
transmitir isso para nós.
Maria: Foi a nossa
mudança para São Paulo, onde nos mudamos para o Tatuapé, quando tudo era mato
ainda e fomos morar num cortiço de portugueses, onde vários parentes tinham
suas casas umas geminadas às outras.
Por que vieram para
Guarulhos?
Plinio: De Bragança,
Atibaia e Jarinu, onde nasceu toda a família, nos mudamos para Jundiaí. Viemos
para Guarulhos há 67 anos. Em agosto de 1948 nos mudamos para uma chácara em Gopoúva, na
Rua Antônio Guedes, que pertencia a um cunhado. Sendo irmãos numerosos, viemos
à procura de trabalho.
Maria: Foi em 1950.
Moramos em vários bairros da Capital, sendo o último em Parelheiros. Meu pai, sendo colono em diversas chácaras, veio para trabalhar na administração da granja que havia na Base Aérea da
Cumbica (onde atualmente fica o estacionamento do aeroporto). Trouxemos a
mudança de caminhonete de manivela, inclusive os gatos e os cachorros. Quando fomos
atravessar a ponte do trem, que faz a divisa Penha-Guarulhos, a mudança entalou
lá embaixo e tivemos que descarregar partes (risos).
Onde se conheceram?
Plinio e Maria: Numa
noite de quermesse no largo da Matriz, hoje Catedral. Foi em junho de 1955. Casamos-nos
em 21/09/1957.
Plinio: “Ela me olhou e
sorriu
Eu também sorri pra ela
Hoje ela faz tudo para mim
E eu faço tudo pra ela”.
Qual a maior
alegria que já experimentou?
Plinio: O casamento e o
nascimento dos filhos. Quando a gente se entende, são muitas as alegrias, fica
difícil enumerar.
Maria: Idem
E qual a maior
dificuldade?
Plinio: Foi de 1967 a
1970, uma crise na empresa em que trabalhei por 22 anos. Quem tem fé no
Criador, tudo suporta e supera.
Maria: Quando minha
filha contraiu caxumba e ficou surda.
Defina o que é família.
Plinio: Definir Família
nos dias de hoje, com todo o bombardeio de contra valores nos meios de
comunicação, a globalização e tecnologias exige persistência. Família tem que
estar fundamentada no amor mútuo, na solidariedade e na Palavra de Deus, e
alicerçada sobre a rocha que é o amor e a partilha (Atos 2,42).
Maria: É o ninho que
criamos e construímos com amor e vamos cuidando para que cresça firme e sólido.
Ser cristão é:
Plinio: É ser testemunha
de Jesus nas mais variadas circunstâncias da vida.
Maria: É seguir o
mandamento do amor e ser participante nas pequenas coisas. Viver como filho
fiel a Deus Pai e a Jesus, confiando na proteção da Virgem Maria.
Qual a música preferida?
Plinio: “Esteio de
Aroeira” de José Fortuna
Maria: “Franguinho na
panela”
Um prato predileto?
Plinio: um prato grande
e farto de comida boa... Risos. Gosto de churrasco
Maria: Feijão com arroz
Termine com uma frase:
Plinio: "No baralho da vida só encontrei uma dama".
Maria: "Vi minha mãe rezando aos pés da Virgem Maria. Era uma santa que falava e outra santa que ouvia".
Plinio: "No baralho da vida só encontrei uma dama".
Maria: "Vi minha mãe rezando aos pés da Virgem Maria. Era uma santa que falava e outra santa que ouvia".
Pela Inclusão e pela Vida!
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