PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

ENTREVISTA COM O CASAL 58




Hoje passo a incluir no blog um novo formato de post em forma de entrevista. Vez ou outra pretendo entrevistar pessoas diversas e falar sobre suas vidas, trabalho, lutas, enfim sobre a diferença que fazem e promovem em seu meio e na sociedade. Haja vista - Alargar os horizontes da inclusão - não é apenas abordar sobre a inclusão das deficiências unicamente, mas de todas as ações que envolvem a convivência humana e suas interfaces nas relações com o meio e o mundo, afinal todos somos diversos e na diversidade nos completamos.

Esta primeira entrevista será especial, com meus genitores, isto porque hoje, data em que eles comemoram 58 anos de união, é também o Dia da Árvore e o Dia de Luta das Pessoas com Deficiência, e suas vidas estiveram sempre ligadas no plantio de árvores e envolvidos em minhas lutas também. Dedico então a eles o espaço que ora publico e ofereço ao leitor.

Entrevista com o casal Plinio e Maria da Glória Frizo

Onde e quando nasceram?
Plinio: em Jarinu/SP, em 15 de setembro de 1931.
Maria: no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro de 1934.

Qual a origem de seus pais e a maior virtude deles?
Plinio: Meu pai era italiano e a mãe, brasileira. A maior virtude foi a fé, a honestidade e o trabalho.
Maria: Meu pai era português de Trás-os-Montes. Minha mãe, fluminense, como eu. A virtude deles era a solidariedade, eram muito trabalhadores e batalhadores. Com minha mãe aprendi a devoção a Nossa Senhora.

Quantos irmãos têm?
Plinio: Éramos em 15. Cresceram 12, hoje somos em apenas dois.
Maria: Éramos em 10, hoje somos seis.

Qual o fato mais marcante da infância?
Plinio: Fomos muito vidrados em futebol, pescar e caçar passarinhos (aqueles tempos eram outros). Como éramos em tantos moleques, todas as noites mamãe tinha o hábito de rezar o terço em família e, como já estávamos cansados de brincar, dormíamos no meio da reza e ainda levávamos bronca. Minha mãe era uma mulher de muita fé e queria transmitir isso para nós.
Maria: Foi a nossa mudança para São Paulo, onde nos mudamos para o Tatuapé, quando tudo era mato ainda e fomos morar num cortiço de portugueses, onde vários parentes tinham suas casas umas geminadas às outras.

Por que vieram para Guarulhos?
Plinio: De Bragança, Atibaia e Jarinu, onde nasceu toda a família, nos mudamos para Jundiaí. Viemos para Guarulhos há 67 anos. Em agosto de 1948 nos mudamos para uma chácara em Gopoúva, na Rua Antônio Guedes, que pertencia a um cunhado. Sendo irmãos numerosos, viemos à procura de trabalho.

Maria: Foi em 1950. Moramos em vários bairros da Capital, sendo o último em Parelheiros. Meu pai, sendo colono em diversas chácaras, veio para trabalhar na administração da granja que havia na Base Aérea da Cumbica (onde atualmente fica o estacionamento do aeroporto). Trouxemos a mudança de caminhonete de manivela, inclusive os gatos e os cachorros. Quando fomos atravessar a ponte do trem, que faz a divisa Penha-Guarulhos, a mudança entalou lá embaixo e tivemos que descarregar partes (risos).

Onde se conheceram?
Plinio e Maria: Numa noite de quermesse no largo da Matriz, hoje Catedral. Foi em junho de 1955. Casamos-nos em 21/09/1957.
Plinio: “Ela me olhou e sorriu
              Eu também sorri pra ela
              Hoje ela faz tudo para mim
              E eu faço tudo pra ela”.

Qual a maior alegria que já experimentou?
Plinio: O casamento e o nascimento dos filhos. Quando a gente se entende, são muitas as alegrias, fica difícil enumerar.

Maria: Idem

E qual a maior dificuldade?
Plinio: Foi de 1967 a 1970, uma crise na empresa em que trabalhei por 22 anos. Quem tem fé no Criador, tudo suporta e supera.

Maria: Quando minha filha contraiu caxumba e ficou surda.


Defina o que é família.
Plinio: Definir Família nos dias de hoje, com todo o bombardeio de contra valores nos meios de comunicação, a globalização e tecnologias exige persistência. Família tem que estar fundamentada no amor mútuo, na solidariedade e na Palavra de Deus, e alicerçada sobre a rocha que é o amor e a partilha (Atos 2,42).
Maria: É o ninho que criamos e construímos com amor e vamos cuidando para que cresça firme e sólido.

Ser cristão é:
Plinio: É ser testemunha de Jesus nas mais variadas circunstâncias da vida.
Maria: É seguir o mandamento do amor e ser participante nas pequenas coisas. Viver como filho fiel a Deus Pai e a Jesus, confiando na proteção da Virgem Maria.

Qual a música preferida?
Plinio: “Esteio de Aroeira” de José Fortuna
Maria: “Franguinho na panela”

Um prato predileto?
Plinio: um prato grande e farto de comida boa... Risos. Gosto de churrasco
Maria: Feijão com arroz

Termine com uma frase:
Plinio: "No baralho da vida só encontrei uma dama".
Maria: "Vi minha mãe rezando aos pés da Virgem Maria. Era uma santa que falava e outra santa que ouvia".



Pela Inclusão e pela Vida!





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