Participei de uma celebração da
missa com crianças na semana retrasada, onde foi possível constatar a
criatividade e preocupação do celebrante ao abordar o assunto bullying diante
da igreja repleta de crianças e suas famílias.
De início, projetado num telão
à frente do altar, estava a figura em quadrinhos sobre três crianças em sala de
aula, sendo que duas delas caçoavam de uma terceira que escrevia no quadro
negro. Alguém pregara em suas costas um cartaz “quatro zóio”, alusão aos óculos
de lentes grossas de que aquela criança se utilizava, daí o motivo da chacota.
Um convite foi dirigido então às crianças para que se manifestassem a respeito
daquela figura, bem como de outros fatos do dia a dia, que provocam humilhação
e intimidação, que machucam e geram exclusão.
Mais adiante, com a leitura do
evangelho de Lucas, na passagem que conta o encontro de Jesus com Zaqueu, um
cobrador de impostos (Lc 19, 1-10), o celebrante apresentou para as crianças
uma assimilação entre o assunto discutido inicialmente à luz daquele evangelho.
Zaqueu era um homem miúdo em estatura e de baixa reputação por ser um fraudador
de valores. Mesmo nessa condição ele queria ver quem era Jesus, dada a sua
fama, que corria de boca a boca. Para esse fim subiu numa árvore. Jesus
encontrou com ele e pediu que descesse da árvore, numa alusão a descer do
pedestal, abandonando tudo que não é digno e bom. A proposta de Jesus provocou
em Zaqueu uma disposição enorme de mudar de vida e restituir tudo o que já havia
subtraído das pessoas do seu convívio. Ele sentiu-se amado, porque Jesus usou
de misericórdia com ele. E quem se sente amado, tem inclinação para amar
também.
O colóquio acima foi muito
enriquecedor tanto para as crianças como para os pais e quem participasse da
celebração. Muitas delas levantavam as mãos em sinal de interesse e
participação, seja para perguntar ou para completar a mensagem que lhes era
transmitida.
Ser misericordioso, respeitar
os amigos e a família, ser honesto com os valores monetários e permitir que
Jesus entre em nossa vida e a transforme, foram os indicadores apresentados
para serem vividos no dia a dia, como uma continuação da missa, de modo a
fomentar a inclusão entre as pessoas.
A Missa também ensina e educa.
(Postagem publicada em novembro/2016)
Pela Inclusão e pela Vida.
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