Se esta planta é um coqueiro ou
uma palmeira, não sei decifrar. Só sei que as folhas de ambos são do tipo “Palmas”.
E ainda, ele tem uma porção de coquinhos minúsculos que amadurecem e
proporcionam uma imagem bonita no jardim. Chamo-0 então como o “coqueirinho
sobrevivente”.
Tudo começou alguns anos atrás,
num domingo de Ramos, quando passei no mercado para comprar uma palmeirinha no
vaso e levar para a igreja por ocasião da celebração, quando os ramos são
bentos no início da Semana Santa. Aprendi com os frades do Largo São Francisco
a não cortar as folhas das palmeiras, que causa tanto estrago à planta e
desperdício de folhagens pelo caminho. Eles até hoje recomendam que, nesta
data, se levem mudas de folhagens vivas em vasos, que depois podem ser
cultivadas em casa, permanecendo viva e verde, sempre!
De posse da palmeirinha que
encontrei, de uns 25 cm de altura, rumei para a Catedral. Soube que o bispo é
quem celebraria o ofício, à época, D. Luiz Bergonzini.
No momento da benção dos ramos,
ele caminhou pela igreja inteira aspergindo a água benta sobre os ramos e
pessoas. Quando passou à minha frente, se deteve, observou a mini palmeirinha
no vaso e achou graça, depois comentou:
- Novidade, né?
E tratou de aspergi-la generosamente,
que suas folhas ficaram num tom verde escuro, como que saídas da chuva. Minha
camiseta idem.
Naquele ano, meu cão boxer – Boris
- era vivo ainda e também muito curioso. Mal avistou a mais nova planta que
acomodei no pequeno jardim e tratou de devorá-la com os dentes, fato que só fui
saber no dia seguinte, ao deparar com o vaso caído e a terra esparramada. Da
palmeira só restara um pequeno pedaço da raiz. Desanimada, enterrei de novo e
mudei o local do vaso para o muro alto, onde pudesse buscar pelo sol e a chuva.
O tempo passou e resolvemos
mudar de casa. Na hora da arrumação, a surpresa: o coqueirinho brotara
novamente. Miúdo, mas verdinho. E tivemos o cuidado de arrumar um novo abrigo,
preservando-o das investidas neuróticas de Boris.
Três meses depois, meu cão
partiu.
Dois meses depois dele, Dom
Luiz partiu também.
Quanto ao coqueirinho sobrevivente,
está lindo e forte. Foi a água benta aspergida por D. Luiz que lhe devolveu a
vida!
(Post de setembro/2017)
(Post de setembro/2017)
Pela Inclusão e pela Vida.
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