PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quarta-feira, 12 de junho de 2019

COQUEIRINHO SOBREVIVENTE





Se esta planta é um coqueiro ou uma palmeira, não sei decifrar. Só sei que as folhas de ambos são do tipo “Palmas”. E ainda, ele tem uma porção de coquinhos minúsculos que amadurecem e proporcionam uma imagem bonita no jardim. Chamo-0 então como o “coqueirinho sobrevivente”.

Tudo começou alguns anos atrás, num domingo de Ramos, quando passei no mercado para comprar uma palmeirinha no vaso e levar para a igreja por ocasião da celebração, quando os ramos são bentos no início da Semana Santa. Aprendi com os frades do Largo São Francisco a não cortar as folhas das palmeiras, que causa tanto estrago à planta e desperdício de folhagens pelo caminho. Eles até hoje recomendam que, nesta data, se levem mudas de folhagens vivas em vasos, que depois podem ser cultivadas em casa, permanecendo viva e verde, sempre!

De posse da palmeirinha que encontrei, de uns 25 cm de altura, rumei para a Catedral. Soube que o bispo é quem celebraria o ofício, à época, D. Luiz Bergonzini.

No momento da benção dos ramos, ele caminhou pela igreja inteira aspergindo a água benta sobre os ramos e pessoas. Quando passou à minha frente, se deteve, observou a mini palmeirinha no vaso e achou graça, depois comentou:

- Novidade, né?

E tratou de aspergi-la generosamente, que suas folhas ficaram num tom verde escuro, como que saídas da chuva. Minha camiseta idem.

Naquele ano, meu cão boxer – Boris - era vivo ainda e também muito curioso. Mal avistou a mais nova planta que acomodei no pequeno jardim e tratou de devorá-la com os dentes, fato que só fui saber no dia seguinte, ao deparar com o vaso caído e a terra esparramada. Da palmeira só restara um pequeno pedaço da raiz. Desanimada, enterrei de novo e mudei o local do vaso para o muro alto, onde pudesse buscar pelo sol e a chuva.

O tempo passou e resolvemos mudar de casa. Na hora da arrumação, a surpresa: o coqueirinho brotara novamente. Miúdo, mas verdinho. E tivemos o cuidado de arrumar um novo abrigo, preservando-o das investidas neuróticas de Boris.

Três meses depois, meu cão partiu.

Dois meses depois dele, Dom Luiz partiu também.

Quanto ao coqueirinho sobrevivente, está lindo e forte. Foi a água benta aspergida por D. Luiz que lhe devolveu a vida!

(Post de setembro/2017)


Pela Inclusão e pela Vida.



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