Retrocesso
à vista?
Com a aprovação da lei
13.429/17, a Lei de Terceirização, um perigo está rondando os direitos conquistados
pelos brasileiros com alguma deficiência, sejam eles trabalhadores na ativa ou
candidatos a uma vaga de trabalho.
O grande risco que a
nova lei trouxe é a redução do número de postos de trabalho para os PcD, que
provocará desemprego pelo fato das empresas estarem desobrigadas a cumprir a reserva de vagas.
A Lei de Cotas (8.213/91),
prestes a completar 26 anos, trouxe um grande avanço na inclusão de pessoas com
deficiência no mercado de trabalho, através da obrigatoriedade de contratação
por parte das empresas e de acordo com o número de seus funcionários. Nela está
especificado o percentual relativo a cada empresa:
100 a 200
empregados – 2% das vagas para PcD
201 a 500
empregados – 3%
501 a 1000
empregados – 4%
1001 em
diante – 5%
Pela Terceirização,
ocorrerá o “fatiamento” das empresas, ou seja, estas passarão a reduzir o
número de seus funcionários e contratar outros das prestadoras, reduzindo seu
quadro de trabalhadores e desobrigando-se a cumprir as cotas.
Melhor explicando, uma
empresa com 100 empregados reduz seu quadro para 50 e contrata outros 50
terceirizados, de fora. Assim, seu quadro de 50 não atinge o patamar de 100
empregados, que é o mínimo para aplicar a reserva de vagas. Na medida em que os
serviços vão sendo terceirizados, restringe-se a obrigatoriedade da reserva
legal.
Por outro lado, dizem
especialistas em mercado de trabalho, que o mal menor está no fato de que a
terceirização provocará o aumento das Cotas nas empresas que realizam o
trabalho de terceirização, pois para oferecer seus serviços, terão que aumentar
seus quadros de pessoal e assim aplicar também a reserva legal.
Cabe às Delegacias Regionais do Trabalho, responsáveis pela fiscalização, o acompanhamento das empresas terceirizadas, monitorando o cumprimento do direito em questão.
O que dizer diante desse panorama
todo? Vejo com preocupação a mudança que está por vir. O desemprego que já está
alto no geral, vai aumentar significativamente entre os PcD e tolher direitos
conquistados a muito custo durante esses vinte e seis anos de lutas, pautas nas
mesas de movimentos, governos e sociedade. A luta foi dura para quem nela batalhou por dias melhores, por um lugar ao sol!
Fica agora a questão:
Na esperança, como reinventar a travessia?
Pela Inclusão e pela
Vida!
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