“Era uma manhã
fria de inverno, quando um estrangeiro interrompeu a meditação do Mestre e seus
discípulos:
- Venerável Buda,
responda a uma questão angustiante para a minha alma.
Buda e todos os
seus seguidores abriram os olhos. O mestre apenas assentiu com a cabeça. O
estrangeiro perguntou:
- Deus existe?
- Não, respondeu
Buda.
O estrangeiro foi
embora e todos voltaram a cerrar os olhos.
Na parte da
tarde, um segundo estrangeiro se aproximou e perguntou:
- Deus existe?
- Sim, respondeu
Buda.
O segundo estrangeiro
também foi embora e todos voltaram a cerrar os olhos.
Ao anoitecer, um
terceiro estrangeiro se aproximou e perguntou:
- Amado Buda,
Deus existe?
- Talvez,
respondeu Buda.
O último
estrangeiro se afastou ao ouvir a resposta e, antes de todos voltarem à
meditação, um discípulo que estava do lado do mestre tomou coragem e disse:
- Não entendi
suas palavras, mestre. Os três estrangeiros vieram até aqui e lhe fizeram a
mesma pergunta, e o Mestre respondeu de três formas diferentes. Por quê?
Buda respirou
fundo, cerrou os olhos e disse:
- Meu jovem
buscador de verdade, ouça e aprenda. Os homens podem chegar até Deus por três
vias: pela negação, pela afirmação e pela dúvida.”
(Ilan Brenman e Ionit Zilberman)
...
Depois
que li esse conto, imediatamente lembrei-me de uma pérola dita pelo Papa
Francisco a uma revista:
“Ao
homem de hoje lhe diria que faça a experiência de entrar na intimidade para
conhecer a experiência, o rosto de Deus. Por isso me agrada tanto o que disse
Jó depois da sua dura experiência e de diálogos que não lhe esclareceram nada:
“Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com meus
próprios olhos”. Ao homem, digo que não conheça a Deus de ouvidos. O Deus vivo
é aquele que se vê com seus olhos, dentro de seu coração”.
“que
não se conheça a Deus de ouvidos...” Gostei disso!
Fico
pensando que, no desejo de buscar, de encontrar a Deus, muitos correm atrás de
opiniões formadas, palavras assombrosas, milagres extraordinários, etc e depois
se decepcionam.
Esquecem
que a busca, a procura, está tão próxima que nem carece de se atravessar a rua.
Que o encontro acontece na calma e no aconchego do silêncio, da oração; do bom
dia dado com alegria, do gostoso de um abraço. Da partilha da comida mesmo que
seja somente arroz com feijão. Do oferecimento do perdão.
Não
apenas de ouvidos, mas de coração, com o olhar!
Pela Inclusão e pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário