PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sábado, 18 de abril de 2020

NÃO POR "OUVIR DIZER"




“Era uma manhã fria de inverno, quando um estrangeiro interrompeu a meditação do Mestre e seus discípulos:
- Venerável Buda, responda a uma questão angustiante para a minha alma.
Buda e todos os seus seguidores abriram os olhos. O mestre apenas assentiu com a cabeça. O estrangeiro perguntou:

- Deus existe?
- Não, respondeu Buda.

O estrangeiro foi embora e todos voltaram a cerrar os olhos.
Na parte da tarde, um segundo estrangeiro se aproximou e perguntou:

- Deus existe?
- Sim, respondeu Buda.

O segundo estrangeiro também foi embora e todos voltaram a cerrar os olhos.
Ao anoitecer, um terceiro estrangeiro se aproximou e perguntou:

- Amado Buda, Deus existe?
- Talvez, respondeu Buda.

O último estrangeiro se afastou ao ouvir a resposta e, antes de todos voltarem à meditação, um discípulo que estava do lado do mestre tomou coragem e disse:

- Não entendi suas palavras, mestre. Os três estrangeiros vieram até aqui e lhe fizeram a mesma pergunta, e o Mestre respondeu de três formas diferentes. Por quê?
Buda respirou fundo, cerrou os olhos e disse:

- Meu jovem buscador de verdade, ouça e aprenda. Os homens podem chegar até Deus por três vias: pela negação, pela afirmação e pela dúvida.”
(Ilan Brenman e Ionit Zilberman)

...


Depois que li esse conto, imediatamente lembrei-me de uma pérola dita pelo Papa Francisco a uma revista:

“Ao homem de hoje lhe diria que faça a experiência de entrar na intimidade para conhecer a experiência, o rosto de Deus. Por isso me agrada tanto o que disse Jó depois da sua dura experiência e de diálogos que não lhe esclareceram nada: “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com meus próprios olhos”. Ao homem, digo que não conheça a Deus de ouvidos. O Deus vivo é aquele que se vê com seus olhos, dentro de seu coração”.

“que não se conheça a Deus de ouvidos...” Gostei disso!

Fico pensando que, no desejo de buscar, de encontrar a Deus, muitos correm atrás de opiniões formadas, palavras assombrosas, milagres extraordinários, etc e depois se decepcionam.

Esquecem que a busca, a procura, está tão próxima que nem carece de se atravessar a rua. Que o encontro acontece na calma e no aconchego do silêncio, da oração; do bom dia dado com alegria, do gostoso de um abraço. Da partilha da comida mesmo que seja somente arroz com feijão. Do oferecimento do perdão.

Não apenas de ouvidos, mas de coração, com o olhar!


Pela Inclusão e pela Vida.



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