Quando a gente consegue
encontrar tempo para se dedicar a alguma arte de livre expressão, e esse tempo começa
a correr solto, sem nenhuma interferência exterior, de modo que o objeto criado
- seja ele artesanal, literário ou afim - vai tomando corpo com formato, medida,
volume, textura e luminosidade diante do propósito e gosto que escolhemos,
acrescentamos ou transformamos, pode-se afirmar com todas as letras que o seu
resultado é muito surpreendente, senão compensador, porque conseguimos exprimir
exteriormente dando formas e cores àquilo que passa, grita e remexe em nosso
interior e anseia por vir à luz.
Sem querer, encontrei aquele
tempo livre por esses dias, tão logo resolvi colocar em ordem a mesa onde se
encontravam esparramados os pincéis, papéis e tintas, bem como as madeiras e
peças decorativas empoeiradas. À medida que a organização dava as caras, dois
objetos com a pintura inacabada despertou o desejo por finalizar neles o
trabalho e finalmente juntá-los ao estoque, desencalhando a mesa de trabalho.
Um pincel, vários pincéis, tintas
e texturas, água, trapos de algodão, vira e remexe... Pausa e retomada.
Combinação de matizes.
O tempo voa e nem se vê.
O resultado do deslizar dos
pincéis na madeira vai dando corpo às figuras coloridas, expressando que o foco
está sendo alcançado. Alguns erros aparecem também. E tem que ser corrigidos
rapidamente pelo efeito do calor na secagem da tinta, sob risco de tornar o
trabalho irreversível.
E ali está a obra terminada, prazerosa,
beleza para os olhos! Alguns retoques finais e finalmente o verniz.
Pronto!
- Pronto?
Não é assim que os anjos
perguntam a Deus cada vez que Ele finaliza a sua infindável criação humana,
homem por homem, mulher por mulher, até o presente?
Foi o que pensei enquanto me
debruçava na “minha obra”. E Deus é um artista dos grandes. A sua mesa de
trabalho deve ser daquelas que nunca está em ordem, pois sua oficina não tira
férias. Sempre revirada com frascos de cores e tonalizantes, potes de personalidades,
de temperamentos; caixas contendo pílulas de virtudes e habilidades, enfim de
tudo o que é bom como Ele, e que vai depositando em cada novo ser que vem a
este mundo. Seu sonho, seu desejo extremo!
Alguns retoques finais e
finalmente o verniz!
Verniz? Ah, o verniz! Antes que
me esqueça, digo que somos todos envernizados: o Amor, como um sopro final de
uma obra concluída, bela e agradável aos olhos. Imagem do Criador!
Amor, gratuidade,
Amor, perdão e alegria,
Amor, seguir Amando...
(Texto repostado)
(Texto repostado)
Pela Inclusão e pela Vida.
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