PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quarta-feira, 22 de março de 2017

APRENDENDO COM OS CONTRÁRIOS






Um ano atrás, conversando à beira do tanque com minha mãe, falávamos sobre o racionamento de água que enfrentamos com a forte estiagem no Estado de São Paulo. E chegamos à conclusão de que os contrários, por mais contraditórios que sejam, sempre trazem uma lição positiva que podemos aprender.

Preocupadas com a questão de como contribuir com nossa parcela na economia desse precioso líquido durante  o tempo que durou a forte seca, sem o qual não vivemos, resolvemos fazer um teste e descobrimos que, em relação à lavagem das roupas feita à máquina, da quantidade de água gasta para lavar apenas a roupa clara, numa operação completa entre lavagem e um enxágue apenas no nível mais baixo, ela correspondia ao triplo da água que utilizaríamos para lavar a mesma roupa, na mesma operação, num tanque comum.

Levando-se em consideração a quantidade de roupa, o grau de dificuldade de remoção da sujeira e a disponibilidade de tempo para dispor dessa operação manual, concluímos que seria possível economizar mais, desde que houvesse tempo para tal. O xis da questão aqui não está ligado propriamente à economia enquanto valor monetário, mas do bem precioso  – a água que se conseguiu poupar.

Quando do início do racionamento, em abril de 2014, não faltou mau humor e rabugice no operar das tarefas caseiras ligadas à água. Hoje estamos aprendendo que os reveses trazem também situações positivas, passíveis de aprendizado, e que contribui para a coletividade. Creio que, embora as situações sejam diferentes de uma família para outra pela localização do bairro, do fluxo de água, do número de pessoas por família, e a disposição de tempo para tal, o que vale é a consciência em que hão de encontrar formas diversas de contribuir pela economia de água pensando no bem da coletividade.

Hoje, onde e com quem quer que nos encontremos, o assunto da água está sempre pautado nas nossas conversas. Dos esforços feitos para se economizar água na torneira, no chuveiro; na captação da água da chuva; e também do que se deixou de fazer em nome desse precioso líquido como a lavação do quintal e da calçada, do carro, etc. Onde o aprendizado impôs o discernimento entre a prioridade e o secundário.

Ponto positivo a se contar. Porém, ainda há muito a ser feito pois enquanto alguns tomam consciência da parcela de responsabilidade, outros nem sem importam, voltados que estão ao terreno do individual como que desobrigados a colaborar.

É urgente também cobrar dos poderes constituídos que façam sua parte no combate ao desperdício e na fiscalização de abusos por parte de grandes corporaçãoes.

Mudanças são necessárias na conscientização e mudança de paradigmas quanto ao uso responsável desse precioso líquido.

Cuidemos com amor e responsabilidade de nossa irmã, a água. Fonte de vida e sobrevivência.


(Post publicado em 2015. Repostado hoje por ocasião do Dia da Água, e destacando que aquela experiência inicial perdura até hoje e contribuiu para a redução do desperdício em todas as atividades caseiras,  provando que medidas forjadas podem formar a consciência das pessoas e transformar  hábitos).



Pela Inclusão e pela Vida!






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