“Não sei
Se a vida é curta ou longa demais
para nós
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido
Se não tocarmos o coração das
pessoas
Muitas vezes basta ser
Colo que acolhe
Braço que envolve
Palavra que conforta
Silêncio que respeita
Alegria que contagia
Lágrima que corre
Olhar que acaricia
Desejo que sacia
Amor que promove...”
Cora Coralina
O penúltimo dos netos completou
vinte e dois anos. O último tem apenas seis. Enquanto aquele acaba de se
formar, este dá os primeiros sinais na escrita e na leitura.
E o caçulinha pega o telefone, do
outro lado da cidade, pede a presença dos avós na escolinha, na pequena
homenagem que as crianças fariam aos vovôs por ocasião do dia deles.
E, de repente, o convite aciona a
caixa de lembranças dos avós guardada em algum canto da memória, relembrando os
tempos em que frequentavam as festinhas dos netos pequenos como as do primeiro
livro, do dia das mães, da formatura e tantas outras... Eles que pensavam serem
esses momentos já superados e guardados naquela caixa, que depois dos oitenta
já não se repetiam mais...
Convite inesperado... O avô tem a
barba por fazer e não pode se descuidar do chapéu. A avozinha vai atrás da muda
de roupa, do sapato. Tem que levar vários agasalhos, os remédios e outras
coisinhas porque lá faz muito frio...
Ainda encontra tempo de pegar papel
e caneta para escrever algumas linhas, uma prosa para o neto. Das mãos trêmulas
a caneta vai deslizando, em linhas simples e com palavras doces, que a data
lembra a delícia de ser avó, de ser avô, e esse feitio faz a doce e terna
memória de que o Menino Jesus, o Deus-Criança, também teve os seus vovôs: São
Joaquim e Santa Ana!
Que todos os avós sejam abençoados!
(Post editado em 2014)
Pela Inclusão e pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário