Dois milhões de pessoas nas
areias de Copacabana apenas na noite de Ano Novo, geraram 315 toneladas de lixo
comum e 48 de reciclável.
Quem joga lixo nas ruas e
logradouros da Cidade Maravilhosa comete infração passível de multa conforme a
legislação ali vigente.
Não estive lá para ver “in loco”,
mas me perguntei: sendo a praia um espaço público livre no direito de ir e vir,
assim como as ruas e avenidas, parques e praças, não estariam todas aquelas
pessoas sujeitas à aplicação da referida multa?
Não pensei na infração nem no
valor monetário. Estou pensando na nossa cultura e educação vigente.
Como entender que as pessoas
vão à praia para ver a queima maravilhosa de fogos sob o céu brilhante, do ato
de estar juntos, se congraçar em abraços e votos infinitos de amor, de paz, de
segurança, de dinheiro, disso e daquilo... E ninguém ser capaz de olhar para o
CHÃO? O chão onde se pisa, ou melhor a areia macia e fofa dominada pela
imundície de lixo e mais lixo?
Pelas fotos que correram na rede,
a impressão que passou foi que ninguém se importou com ele, aliás muitos
dormiram na praia até, embriagados ou não, cercados por detritos de toda
espécie.
E pensar que pela manhã veio o
batalhão da limpeza pública e varreu o lixo em algumas horas e levou embora toda
aquela imundície... E a praia voltou ao seu estado normal!
Simples assim?
Não só Copacabana como também
suas vizinhas, e de outras cidades, e de outros estados, de outros países... Quantas
praias amanheceram abarrotadas de lixo assim no planeta?
E se, ao invés de se olhar para
aquele lixão exposto na areia, se olhassem para aquele excedente que ninguém
computou nos cálculos, aquele que, no silêncio da madrugada quando muitos já se
haviam retirado e outros ali dormiam, veio as ondas e, com a força das marés levou consigo,
ocultamente, sabe-se lá quantas toneladas mar adentro...
Se acrescentar ainda que a
quantidade de lixo plástico jogada nos oceanos, em um ano, equivale a oito milhões
de toneladas, aí não haveria nem abraços, nem beijinhos e nem votos infinitos na
praia, que consertasse tamanha aberração. É uma violência contra natureza!
Perdemos a chance, numa única
noite, de mostrar a nós mesmos e ao mundo que é possível mudar nossa cultura de
desperdício e desprezo, por uma cultura de vida e cuidado, de amor à nossa casa
comum, a Mãe Terra, onde cada um poderia levar, além do champanhe e das uvas,
uma pequena sacola onde depositar o seu lixo, deixando na areia apenas suas
pegadas...
Contra toda a esperança, quero
crer nos imensos exemplos de pessoas conscientes e decididas que sabem inverter
e transformar os tantos estragos causados pelo homem ao meio ambiente. Com eles
quero me empenhar também na luta por um planeta limpo, saudável e feliz...
Com coragem e ousadia!
(Postagem original Janeiro/2016)
(Postagem original Janeiro/2016)
Pela Inclusão e pela Vida!
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