PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Cuidar, Prevenir, Preservar




Dois milhões de pessoas nas areias de Copacabana apenas na noite de Ano Novo, geraram 315 toneladas de lixo comum e 48 de reciclável.

Quem joga lixo nas ruas e logradouros da Cidade Maravilhosa comete infração passível de multa conforme a legislação ali vigente.

Não estive lá para ver “in loco”, mas me perguntei: sendo a praia um espaço público livre no direito de ir e vir, assim como as ruas e avenidas, parques e praças, não estariam todas aquelas pessoas sujeitas à aplicação da referida multa?

Não pensei na infração nem no valor monetário. Estou pensando na nossa cultura e educação vigente.

Como entender que as pessoas vão à praia para ver a queima maravilhosa de fogos sob o céu brilhante, do ato de estar juntos, se congraçar em abraços e votos infinitos de amor, de paz, de segurança, de dinheiro, disso e daquilo... E ninguém ser capaz de olhar para o CHÃO? O chão onde se pisa, ou melhor a areia macia e fofa dominada pela imundície de lixo e mais lixo?

Pelas fotos que correram na rede, a impressão que passou foi que ninguém se importou com ele, aliás muitos dormiram na praia até, embriagados ou não, cercados por detritos de toda espécie.

E pensar que pela manhã veio o batalhão da limpeza pública e varreu o lixo em algumas horas e levou embora toda aquela imundície... E a praia voltou ao seu estado normal!

Simples assim?

Não só Copacabana como também suas vizinhas, e de outras cidades, e de outros estados, de outros países... Quantas praias amanheceram abarrotadas de lixo assim no planeta?

E se, ao invés de se olhar para aquele lixão exposto na areia, se olhassem para aquele excedente que ninguém computou nos cálculos, aquele que, no silêncio da madrugada quando muitos já se haviam retirado e outros ali dormiam, veio as ondas  e, com a força das marés levou consigo, ocultamente, sabe-se lá quantas toneladas mar adentro...

Se acrescentar ainda que a quantidade de lixo plástico jogada nos oceanos, em um ano, equivale a oito milhões de toneladas, aí não haveria nem abraços, nem beijinhos e nem votos infinitos na praia, que consertasse tamanha aberração. É uma violência contra natureza!

Perdemos a chance, numa única noite, de mostrar a nós mesmos e ao mundo que é possível mudar nossa cultura de desperdício e desprezo, por uma cultura de vida e cuidado, de amor à nossa casa comum, a Mãe Terra, onde cada um poderia levar, além do champanhe e das uvas, uma pequena sacola onde depositar o seu lixo, deixando na areia apenas suas pegadas...

Contra toda a esperança, quero crer nos imensos exemplos de pessoas conscientes e decididas que sabem inverter e transformar os tantos estragos causados pelo homem ao meio ambiente. Com eles quero me empenhar também na luta por um planeta limpo, saudável e feliz...

Com coragem e ousadia!



(Postagem original Janeiro/2016)



Pela Inclusão e pela Vida!





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