- Moça, ô moça! Me dá o seu
lugar pra eu sentar
Foi assim mesmo que o rapaz falou
quando, repentinamente, chegou perto do assento onde me encontrava no ônibus.
Pergunta ou exclamação? Seria
um ponto final ou uma interrogação?
Nem deu tempo de pensar! Tão
rápido ele falou, tão certeiro me olhou e logo traduzi que era sim, uma
determinação.
Levantei-me depressa e cedi-lhe
o lugar. E ele, mais depressa que eu, sentou-se e agradeceu sorrindo.
Primeiro a ação, mesmo que nada
tivesse entendido, depois a reação. Ai notei que, dentre tantos assentos vazios,
ele queria justamente aquele: perto da porta! Notei também que tinha o Pluto entre
as mãos (o cachorro do Mickey). Entendi então que o desejo dele não carecia de
pontuações, elas que nem fazem parte do mundo no qual está inserido...
A gente se surpreende com as
reações de pessoas com deficiência intelectual que, mais que pontuações,
corresponder a certas vontades deles, por mínima que sejam, torna-se uma linguagem
que produz entendimento.
A vida é tão simples!
Pela Inclusão e pela Vida.
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