PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quinta-feira, 23 de julho de 2020

BARREIRAS IMPEDITIVAS NA CONTRATAÇÃO DE PcD




Nestes 29 anos em que vigora a Lei de Cotas, lei que obriga empresas contratarem PcD em um percentual de acordo com o número de empregados, há que se considerar a realidade que tem se tornado comum a muitas delas: ao contratar um candidato PcD, o fazem não porque acreditam na qualificação do profissional, mas sim pressionados pelo rigor da fiscalização e das multas por descumprimento da referida lei.

Sobre essa assertiva, acompanhei uma pesquisa realizada pela iSocial, consultoria especializada na contratação de PcD, junto a profissionais de RH, que afirmaram 60% de candidatos contratados em diversas empresas, já sofreram preconceito de gestores, colegas e até mesmo de clientes, sujeitando-se inclusive a assédios morais e relegados à ociosidade.

Sobre ociosidade, li um artigo recente onde funcionários de empresas diversas “trabalham” sem nada fazer no horário de expediente, completamente ociosos porque não lhes delegam tarefas. Outras vezes, contratam funcionários para que permaneçam em casa e se apresentem apenas nos dias da fiscalização!

Sob esta ótica, a lei de Cotas ao invés de agregar, promover e incluir as pessoas com deficiência pela diversidade, é vista sob a prática do caminho inverso, onde criam-se barreiras que impedem o PcD de exercer o direito ao trabalho, prevalecendo o cumprimento do rigor da lei como instrumento de exclusão. Junte-se os tabus de que pessoas com deficiências são menos produtivas e tem menos capacitação/qualificação para o trabalho.

Ademais, alegam os elevados gastos para adaptação do espaço físico da empresa, exigidos em lei. Inclusive, a busca por contratar pessoas com deficiência “sem deficiência”, ou seja, “aquelas mais leves e que não implique em mudanças estruturais”(!)

Não basta cumprir a lei, é primordial informar e sensibilizar para a verdadeira face das deficiências, daquilo que não se conhece ou nunca se viu!

Derrubar essas barreiras só acontecerá pela informação mais apurada acerca das deficiências, conscientização das pessoas, sensibilização dos funcionários e vontade política por parte dos dirigentes da empresa são na verdade, os reais tópicos que devem mudar os paradigmas que vão de fato transformar a empresa e incluir os trabalhadores PcD, promovendo valores e respeitando suas particularidades.

Em tempo: se algum profissional com deficiência se sentir discriminado ou prejudicado no ambiente de trabalho, deve recorrer ao Setor de Fiscalização do Ministério do Trabalho e registrar queixa. Coibir abusos é garantir direitos!



Pela Inclusão e pela Vida!




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