PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

domingo, 26 de maio de 2019

QUANDO É EMPECILHO





Microfone é uma ferramenta tão útil. Serve não apenas para se fazer ouvir, como também para atingir espaços e aproximar as pessoas. Serve ademais, para fazer-se entender.

Por comunicação entende-se a eficácia de transmitir e buscar informações, conhecimentos e ideias que objetivam uma interação clara e transparente entre interlocutores, e que influencia positivamente e motiva sujeitos que interagem entre si.

Ora, para que a comunicação seja eficaz, ela deve provocar entendimento entre pessoas, tanto para aquele que transmite a mensagem, como para quem a recebe. O microfone entra então como um coadjuvante e facilitador dessa comunicação.

Realmente, essa ferramenta faz mágica como facilitador da interação, desde que bem adaptado, funcionando perfeitamente e afinado com o ambiente.

Sou pessoa não confiável para falar dele enquanto técnica, tom, acústica e etc. Não ouvir me impede de opinar a respeito. Mas, quando se trata de posturas que determinadas pessoas utilizam com esta ferramenta, colocando-o numa posição na própria face bloqueando a boca, o queixo e até o próprio nariz,  - nisto sim, sou bem crítica - porque bloquear partes do rosto é negar a comunicação ao outro, no caso – pessoas com surdez – que fazem a leitura labial para compreender a mensagem que está sendo transmitida.

Sim, tem pessoas surdas que não se comunicam por meio de Libras. São as oralizadas, que entendem pela leitura dos lábios do seu interlocutor. Se este colocar o microfone colado à boca, como se fosse um sorvete de casquinha, aí a comunicação é zero mesmo. Tal como nas partidas de futebol que se pode perceber na TV. Jogadores falando com os companheiros ou com o árbitro, colocam a mão na boca para bloquear a conversa e o telespectador não captar seus conteúdos. Coisas que os oralizados muitas vezes são capazes de entender.

Então como estava dizendo, é uma situação muito desagradável pois, além de ser uma falta de respeito, provoca irritação e insegurança acarretando a privação de entender e participar. Alguns eventos culturais, esportivos e religiosos tem pensado nessas pessoas, buscando facilitar a comunicação por meio de intérprete de Libras.

Quanto aos surdos oralizados, que não precisam de intérprete, dependem exclusivamente da inteligência e da sensibilidade das pessoas que utilizam a ferramenta, apelando para posturas que regulem a altura e disposição do microfone de modo a não bloquear a gesticulação oral da mensagem.

Hoje em dia, é muito grande o número de pessoas diversas com perdas auditivas leves e moderadas, algumas que nem sequer sabem disto porque não fizeram avaliação audiológica. Então pode-se dizer que a demanda vem crescendo, bem como a necessidade de melhorias em relação ao uso do microfone requer atenção, preparo e cuidados de modo que a comunicação/mensagem seja claramente entendida, não excluindo ninguém.



Pela Inclusão e pela Vida!






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