A ESPERANÇA, vista sob o olhar de
uma quitanda destruída
Está bem difícil a vida das
pessoas com essa pandemia do Covid-19. Mais difícil está a vida dos brasileiros
em ter que enfrentar os perigos dessa virulência e ainda a crítica situação política,
social e ambiental do momento.
Se houvesse um senso comum no
país, uma união de forças e vontade, poderíamos ter chegado e estancado a tão
falada curva do contágio e, com fôlego, já estaríamos partindo para uma
flexibilização consciente da quarentena. Porém, os dados não apontam para esse
otimismo.
De outro lado, numa semana
voltada para a questão do Meio Ambiente, cuja data foi comemorada (?) ontem, o
panorama não se mostrou tão animador assim, ante toda a tragédia que temos
presenciado ultimamente como a falta de uma Ecologia Integral no País:
desmatamento crescente da Amazônia e da Mata Atlântica; invasão de garimpeiros
em territórios de reservas indígenas; falta de políticas de atenção e cuidados
com a população indígena; grilagem de terras públicas dentre outras.
Diante desse cenário, um fato
ocorrido aqui no bairro durante a semana, fez-me refletir sobre as durezas da
vida e a necessidade de não desanimar, avançando sempre na superação dos
revezes e cultivando a virtude da Esperança.
O fato aconteceu assim: Uma
quitandinha muito antiga na Vila Moreira, perto de onde resido, tocada por uma
família de orientais, gente simples e trabalhadora e com uma clientela cativa.
A feira que acontece na rua da quitanda às terças-feiras é inclinada e ocorreu
que, ao final da feira, o caminhão de pescados ficou sem os freios e atingiu de
ré a entrada do estabelecimento (como se pode ver na foto). Por obra e graça
divina, ninguém se feriu. Mas o estrago foi grande. Moral da estória: o
quitandeiro, Sr. Caetano, ficou no prejuízo e o local foi interditado. O
motorista do caminhão? Não merece crédito aqui.
O casal de idosos e doentes sem
dinheiro, dependentes da quitanda para sobreviver; perderam uma filha para o câncer
há poucos meses; outro filho é cardíaco e vivendo de hemodiálise. Apenas uma
filha ajuda os pais a tocar toda a atividade. Foi um baque e tanto.
Felizmente a luz no fim do túnel
apontou uma campanha de arrecadação de doações em favor deles, por meio da
conhecida VAKINHA, criada por um sobrinho do casal. E enquanto o
dinheiro não chega, com a obra paralisada, a família recebeu tanto apoio de
conhecidos, de clientes e também virtuais que foi encorajada a montar uma
pequena extensão da quitanda nos fundos, comerciando dali suas frutas e
verduras sempre fresquinhas e de qualidade, como todo oriental preza.
Lições de Esperança podem ser
tiradas do meio de escombros, das dificuldades da vida, e que impulsionam para
frente, com coragem e fé. A esperança
não morre nunca para quem sabe lutar!
Pela Inclusão e pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário