"A igualdade não é nosso ponto
de partida mas de chegada. Queremos construir essa igualdade e ela não é um
ente metafísico que paira sobre a raça humana. Igualdade exige respeito às
diferenças, postura, atitudes, ações concretas e historicamente situadas e
contextualizadas para corrigir todas as situações que transformam ou
transformaram no passado o que é diferença em desigualdade”. (Reinaldo Bulgarelli)
É unânime como também relevante abordar o tema da inclusão social, já que a sociedade vem discutindo cada vez mais esse assunto e outros como o meio ambiente, responsabilidade social e diversidade humana. E ao tratar desses temas, não se pode falar com credibilidade quando ocorre a exclusão daquilo que é a pauta mais importante a ser discutida: o comportamento humano.
Tocando no assunto da diversidade humana, compreendem-se os diversos grupos culturais como: afrodescendentes, migrantes, indígenas, pessoas com deficiência, dentre outros. Nesse quadro convém ressaltar que, se o que estamos buscando é uma valorização e promoção de cada grupo diverso entre si, importante salientar que não se está buscando nenhuma divisão em categorias, muito pelo contrário.
O que se quer é destacar o segmento das deficiências, suas peculiariedades, singularidades para então inserí-los no contexto da sociedade como um todo, de modo que sobressaia as diferenças através de sua riqueza e pluralidade, seguida da complementaridade que faz do indivíduo um ser gregário por natureza e que tem necessidade de relacionar-se permanentemente com os outros como forma de dar sentido à existência.
Falar de inclusão, portanto, significa acolher a todas as pessoas, sejam elas de quaisquer gênero, raça, credo e condição, sem discriminá-las no seu conjunto. Significa também respeitar e tolerar sua singularidade, procurando a busca da compreensão como forma de convivência pacífica e racional. Na inclusão ninguém fica de fora e, caso haja, não poderemos afirmar com exatidão que exista a sonhada sociedade inclusiva.
Nesse significado, o processo da inclusão denuncia as desigualdades e o desrespeito às minorias, reivindicando não só a mudança completa de estruturas físicas como também de idéias, comportamentos, atitudes e planejamento da sociedade, procurando uma nova forma de organização social em que as diferenças individuais sejam valorizadas e não menosprezadas.
Abordar a inclusão de pessoas com deficiência é lembrar e assumir que a história da humanidade sempre se revelou repleta de capítulos protagonizados por essas pessoas, que no passado foram excluídas e segregadas como inferiores e incapazes, escondidas pela família ou reclusas em instituições fechadas, então destituídas de seus direitos mais elementares. E, como afirma Bulgarelli na citação acima, é preciso corrigir, reparar e redimir todas as atrocidades cometidas no passado contra as PcD. Ora, isso só acontece a partir do momento em que adotarmos posturas radicais de abertura, respeito e empenho por construir um caminho a ser trilhado juntos, já que não existe caminho feito, mas por fazer, através dos contatos, descobertas e experiências vivenciais.
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