PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O IDH E A FLORESTA


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Não entendo do por que não incluíram e não incluem a floresta como o outro dado relevante a juntar-se aos outros três pilares (educação, longevidade e renda) pelos quais se baseia o IDH – o Índice de Desenvolvimento Humano.

Para começo de conversa, o IDH é a medida comparativa usada pela Organização das Nações Unidas para classificar os países em seu grau de desenvolvimento humano, que foi criado como medida de avaliação que usa critérios não apenas considerando-se os avanços econômicos (PIB), mas também pelas melhorias de bem estar humano (pessoas). Este critério sustenta-se sob os três pilares: Educação, Longevidade e Renda.

No relatório divulgado pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no último mês, com base no ano de 2013, o Brasil aparece em 79º lugar no ranking – com o índice de 0,744. A escala que vai de 0 a 1, indica que quanto mais perto do um (1), melhor o desempenho do país.

Longe de querer debater pura e simplesmente a questão do IDH em si, que considero complexa e para além de minha alçada, volto a bater na tecla inicial: por que a floresta não conta também? Ela que é um indicador de vida e subsistência do país, especialmente do Brasil.

Pode parecer um desvario de minha parte ao abordar tal ideia, em se tratando que o índice é calculado pela escolaridade, longevidade e renda, já que nem todos os países do mundo tem uma floresta como a que nós temos. Neste caso, não valeria incluí-la então no computo para países gelados, desérticos ou de savanas. Mas poderia ser usado para estes, dados peculiares de seus ecossistemas regionais. Afinal, é nas matas, águas e fauna que se encontram as fontes da vida de um povo.

Em se tratando da floresta amazônica, pesquisadores que estudam o desmatamento, são unânimes ao afirmar o ditado do povo amazonense: “A floresta faz chover”. E emendam que o desmatamento da floresta altera as chuvas no país, principalmente o Sudeste e Centro-Oeste. Estudos e pesquisas por eles elaboradas apontam que um metro quadrado de vegetação empurra para a atmosfera seis vezes mais água do que um metro quadrado de oceano, e essa água que fica em cima da floresta (denominada “rios voadores”) são elas que trazem as chuvas para o Sudeste.


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O atual descontrole do clima é prova disso, tendo de um lado chuvas em excesso e de outro, secas prolongadas em regiões diferentes. Nesses meses de estiagem, na mais longa seca que o Estado de São Paulo enfrenta, olhando para os esforços de alguns como também a insensibilidade e despropósito de outros, penso que já passou da hora de colocarmos a consciência em prática.

Muitos têm consciência da situação que o país está vivendo, não apenas no terreno da corrupção e das precariedades da educação, saúde e segurança pública. Tem também ciência das graves mudanças que vem ocorrendo com o clima decorrente dos desmatamentos. Porém, entre o saber e o fazer acontecer existe a necessidade de atitudes que acreditem na mudança através de ações concretas locais, éticas e transformadoras. Que começam pequenas, como a economia de água e de energia; a separação do lixo doméstico do reciclável; a preservação de parques e jardins; o plantio de árvores; a varrição da própria calçada e depois vão se avolumando, transformando o meio onde se vive, como também a própria cultura.

E não deixemos de nos mobilizar pela preservação de nossas matas e florestas. Empenhemo-nos seja localmente, por meio das redes sociais, por pressão através de petições públicas, de assinaturas por meio eletrônico de manifestos em defesa da ecologia, ou de outros meios que estejam ao nosso alcance.

Se hoje, nós adultos vivemos num clima que tem se apresentado com tantas fragilidades e ameaças iminentes, o que será do futuro das atuais crianças e daquelas que ainda virão?

Queremos e precisamos de nossas florestas!



Pela inclusão e pela Vida.





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