PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sábado, 21 de novembro de 2020

A CENA E O SALMO





“O SENHOR É O PASTOR QUE ME CONDUZ
NÃO ME FALTA COISA ALGUMA...”


Cinquenta e cinco anos e a primeira vez que tenho à vista e em cores um pequeno rebanho de ovelhas na pastagem. Uma cerca separa-nos. Do lado delas, a grama estava rente ao chão. Do lado em que me encontrava, era mais alta e a variedade de capins crescia e se multiplicava devido à chuva daqueles dias e pela falta de uso. Fiquei um tempo observando a magnanimidade dos animais, a docilidade com que são dotadas e que prova não possuírem nenhum artifício de defesa. Estavam tosadas, o que dava mais realce e beleza à pelagem.

Querendo maior proximidade ao ponto de poder tocá-las, tratei de arrancar punhados do capim alto colocando-os sob os vãos da cerca, no intuito de que essa isca funcionasse como chamativo de aproximação. Pareciam desconfiadas, olhavam de relance e tornavam a mascar o chão. A máxima conhecida de que elas só confiam no seu cuidador...

Não resisti. À medida que iam avançando pelo pasto, segui arrancando o capim pelo caminho e enrolando-o na cerca. Quando olhei para trás, vi que um animal enorme se aproximava e nem havia notado sua presença. Nunca havia visto um carneiro daquele tamanho, quase o dobro do das ovelhas. Era o único que devorava com rapidez o capim que eu pendurara no arame.

O carneiro que mascou todo o capim da cerca

Voltei e aproximei da cerca na tentativa de poder tocá-lo. Foi mais fácil do que imaginava e o animal correspondia aos cafunés, de modo que se arranhava todo sobre o mourão, como que pedindo bis. Mesmo com sua presença, nenhuma das ovelhas se aproximou. Mas, com certeza, observavam a cena à distância.




Sobre aquele tranquilo pasto recoberto de árvores, com um regato correndo pelo meio e os últimos raios do sol que iam se despedindo da tardinha, o cenário era perfeito para trazer à memória a real expressão de amor e gratidão que levou Davi, também pastor, a escrever o Salmo 23:

“Javé é o meu Pastor, nada me falta.
Em verdejantes pastagens me faz descansar,
E sobre águas tranquilas me conduz.
Restaura a minhas forças.
E me guia por caminhos plenos de justiça,
Por causa do seu nome.
Embora eu caminhe por um vale escuro,
nenhum mal temerei, pois junto a mim Ele está;
teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo..."


23 de Novembro de 2014, data que a Igreja celebra Cristo como Rei do Universo, o Eterno Pastor, seja Ele o nosso permanente refúgio e conforto nesta caminhada, na busca pelo Reino de Justiça, de Paz, Amor e Compaixão!

(Post escrito numas das incursões pelo Rio Grande do Sul, novembro/2014, foi repostado hoje - festa de Cristo Rei - em memória a nosso Único Rei e Pastor).


Pela Inclusão e pela Vida!



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