O
panorama fica ainda mais sombrio quando destes, 13 milhões se encontram em
pobreza extrema. O desemprego, por sua vez, saltou de 10 milhões em maio/2020
para 13,5 milhões em setembro - em plena pandemia - aumentando ainda mais a disparidade social
brasileira.
Analisando
por esses indicadores, a impressão que fica aponta um Brasil voltando para o
Mapa da Fome, do qual deixou de integrar em 2014.
O Mapa da
Fome é utilizado pela ONU e outros organismos para concentrar medidas e
projetos com vistas a erradicar a fome no mundo. Nele se enquadram países com
mais de 5% da sua população vivendo em pobreza extrema. O Brasil conta neste
2020 a sua população em 211,8 milhões de pessoas, logo, 13 milhões de pobres extremos
correspondem a 6,7% da população, cujo índice supera os 5% acima.
É uma
realidade excludente e desagregadora em um País que bate cada vez mais recorde
na safra de grãos, enquanto seus pobres mal se alimentam, com problemas sérios
de moradia, educação e desemprego.
Paralelamente
na mesma semana, o Papa Francisco conclamou as pessoas de boa vontade a voltar
o olhar e o coração para o terceiro domingo deste novembro, celebrando o Dia
Mundial dos Pobres, gesto que ele invoca e convida à reflexão e partilha de
alimento e solidariedade, para com aqueles que se encontram desassistidos
socialmente, às margens da vida.
Estende a
tua mão para o pobre, assim
começou o Papa Francisco em sua mensagem:
“Estender a mão é um sinal: um sinal que
apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nestes meses, em
que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte,
desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! ”
De fato,
vimos milhares de mãos estendidas de todos os cantos do Brasil durante a
pandemia de Covid 19. ONGs, associações, sindicatos, movimentos de comunidades, igrejas de
diversas denominações, empresas enfim anônimos que se mobilizaram para ajudar
os mais atingidos pela pandemia, os pobres, assalariados, desempregados,
moradores de rua, enfim, tantos desassistidos.
Esse
empenho bonito e solidário deve continuar, especialmente voltado aos mais pobres,
não apenas ocasionalmente, mas numa sequência
que acompanha situações de pobreza e miséria com vistas à melhoria e posterior
estabilização nos quadros de fome, numa corrente do bem.
Assim, somos convidados a
repensar esta realidade tão complexa em vista de se provocar questionamentos e
promover atitudes concretas de modo a mitigar situações de pobreza, geradoras
de exclusão social.
Abrir
e estender as mãos começa com a abertura do coração.
Pela
Inclusão e pela Vida.
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