PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

terça-feira, 17 de novembro de 2020

ABRIR E ESTENDER AS MÃOS

 


A divulgação dos dados do IBGE na última semana, sobre o aumento da pobreza no País, apontando um cenário nada animador de 52 milhões de brasileiros vivendo na linha da pobreza, trouxe tristeza e muita preocupação.

O panorama fica ainda mais sombrio quando destes, 13 milhões se encontram em pobreza extrema. O desemprego, por sua vez, saltou de 10 milhões em maio/2020 para 13,5 milhões em setembro - em plena pandemia -  aumentando ainda mais a disparidade social brasileira.

Analisando por esses indicadores, a impressão que fica aponta um Brasil voltando para o Mapa da Fome, do qual deixou de integrar em 2014.

O Mapa da Fome é utilizado pela ONU e outros organismos para concentrar medidas e projetos com vistas a erradicar a fome no mundo. Nele se enquadram países com mais de 5% da sua população vivendo em pobreza extrema. O Brasil conta neste 2020 a sua população em 211,8 milhões de pessoas, logo, 13 milhões de pobres extremos correspondem a 6,7% da população, cujo índice supera os 5% acima.

É uma realidade excludente e desagregadora em um País que bate cada vez mais recorde na safra de grãos, enquanto seus pobres mal se alimentam, com problemas sérios de moradia, educação e desemprego.

Paralelamente na mesma semana, o Papa Francisco conclamou as pessoas de boa vontade a voltar o olhar e o coração para o terceiro domingo deste novembro, celebrando o Dia Mundial dos Pobres, gesto que ele invoca e convida à reflexão e partilha de alimento e solidariedade, para com aqueles que se encontram desassistidos socialmente, às margens da vida.

Estende a tua mão para o pobre, assim começou o Papa Francisco em sua mensagem:

“Estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor. Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas! ”

De fato, vimos milhares de mãos estendidas de todos os cantos do Brasil durante a pandemia de Covid 19. ONGs, associações, sindicatos, movimentos de comunidades, igrejas de diversas denominações, empresas enfim anônimos que se mobilizaram para ajudar os mais atingidos pela pandemia, os pobres, assalariados, desempregados, moradores de rua, enfim, tantos desassistidos.

Esse empenho bonito e solidário deve continuar, especialmente voltado aos mais pobres, não apenas ocasionalmente, mas  numa sequência que acompanha situações de pobreza e miséria com vistas à melhoria e posterior estabilização nos quadros de fome, numa corrente do bem.

Assim, somos convidados a repensar esta realidade tão complexa em vista de se provocar questionamentos e promover atitudes concretas de modo a mitigar situações de pobreza, geradoras de exclusão social.

Abrir e estender as mãos começa com a abertura do coração.

 

Pela Inclusão e pela Vida.

 

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