Numa bandeja, um prato de
feijão e arroz à vontade, uma porção de carne e outra de legumes. Salada verde
também à vontade. Mais um copo de suco e uma fruta ou sobremesa. Refeição farta
e saudável, até aí tudo bem. O problema e assunto deste post é o que vem
depois, isto é, as sobras, restos de tudo que girou e envolveu no preparo da
refeição.
Este bandejão a que me refiro é
servido aos funcionários da instituição na qual faço trabalho voluntário. Voluntários
que se dedicam em tempo integral também tem acesso à refeição.
E numa das últimas escalas,
ocorreu de a fome bater mais cedo e resolvi tirar a barriga da miséria pouco
antes do horário costumeiro. Por conta disso, não encontrei as companhias de
mesa e isto fez com que tivesse o tempo voltado para observar melhor o
refeitório e também apurar o paladar com o sabor da comida.
Na observação das poucas
pessoas daquele turno no refeitório, notei também vários cartazes que foram
afixados recentemente nas paredes alvas e azulejadas. Tratava-se de
informativos da casa sobre a crítica e atual situação do lixo. Não apenas
apontavam o problema comum como também iam mais longe: as estatísticas da
situação vivida na própria instituição revelavam que os resíduos de alimentos
jogados no lixo, em valores, somavam 54 mil ao ano, que daria para alimentar 900 pessoas pelo mesmo período!
Considerei tão relevante
aqueles apontamentos que elucidavam não ser suficiente apenas apontar o
problema externo, senão botar o dedo na própria ferida e combater o desperdício
começando na própria casa. Medidas desse porte tem grande impacto sobre a
consciência e atitudes dos colaboradores que ali trabalham, podendo inclusive
se estender para outras esferas do seu modus
vivendi e acarretando a transformação.
Apressei a refeição com o
objetivo de olhar o restante daqueles ilustrados informativos. E pensei sobre
os resíduos sólidos lá de casa. Sempre há algo novo a ser aprendido e
praticado. Com a poluição, desmatamento, crise hídrica e energética tornando-se
problemas sérios demais no conjunto, o lixo vem se somar a estes mostrando que
atinge grandes proporções.
Pesquisando sobre o elemento,
encontrei no site Controversia.com.br
estudo elaborado pela ONU em conjunto com o Banco Mundial, apontando que nas
últimas três décadas o crescimento do lixo no planeta foi três vezes maior que
a população. Ou seja, sete bilhões de pessoas produziram 1,4 bilhão de
toneladas de resíduos sólidos. Metade desse lixo é produzida pelos 34 países
mais ricos do planeta. EUA lideram a lista. O Brasil ocupa a quinta posição com
78 milhões de toneladas em 2014.
Outra problemática que tem se
agravado, principalmente aqui no país, é a destinação final do lixo, com a
maioria concentrada em lixões altamente poluidores do ar, solo e água; sem
impermeabilização e captação do chorume; causadores de doenças e proliferação
de insetos nocivos. O mesmo estudo do Banco Mundial, citado acima, aponta que
se 42% do lixo depositado nos lixões fossem para os aterros sanitários, onde o
chorume e o gás metano são coletados, o aproveitamento do biogás e da compostagem
abririam 110 mil novos postos de trabalho para os próximos 18 anos e injetaria
35 bilhões na economia.
Resta saber quando os governos
se empenharão em fazer a lição de casa, uma vez que já está em vigor a Lei
Federal 12.305, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos e dispõe que
os lixões de todo o país sejam substituídos por aterros sanitários, sob a
responsabilidade dos municípios, cujo prazo expirou em 02 de agosto de 2014!
Como podemos ver, o lixo é
problema de cada um de nós juntos, na tomada de medidas local e conjunta em
vista da saúde, do bem estar e do convívio com o meio ambiente, a inclusão do
planeta!
(Edição de janeiro/2015 e repostado)
Pela Inclusão e pela Vida.
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