PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

REPENSANDO O LIXO






Numa bandeja, um prato de feijão e arroz à vontade, uma porção de carne e outra de legumes. Salada verde também à vontade. Mais um copo de suco e uma fruta ou sobremesa. Refeição farta e saudável, até aí tudo bem. O problema e assunto deste post é o que vem depois, isto é, as sobras, restos de tudo que girou e envolveu no preparo da refeição.

Este bandejão a que me refiro é servido aos funcionários da instituição na qual faço trabalho voluntário. Voluntários que se dedicam em tempo integral também tem acesso à refeição.

E numa das últimas escalas, ocorreu de a fome bater mais cedo e resolvi tirar a barriga da miséria pouco antes do horário costumeiro. Por conta disso, não encontrei as companhias de mesa e isto fez com que tivesse o tempo voltado para observar melhor o refeitório e também apurar o paladar com o sabor da comida.

Na observação das poucas pessoas daquele turno no refeitório, notei também vários cartazes que foram afixados recentemente nas paredes alvas e azulejadas. Tratava-se de informativos da casa sobre a crítica e atual situação do lixo. Não apenas apontavam o problema comum como também iam mais longe: as estatísticas da situação vivida na própria instituição revelavam que os resíduos de alimentos jogados no lixo, em valores, somavam 54 mil ao ano, que daria para alimentar 900 pessoas pelo mesmo período!

Considerei tão relevante aqueles apontamentos que elucidavam não ser suficiente apenas apontar o problema externo, senão botar o dedo na própria ferida e combater o desperdício começando na própria casa. Medidas desse porte tem grande impacto sobre a consciência e atitudes dos colaboradores que ali trabalham, podendo inclusive se estender para outras esferas do seu modus vivendi e acarretando a transformação.

Apressei a refeição com o objetivo de olhar o restante daqueles ilustrados informativos. E pensei sobre os resíduos sólidos lá de casa. Sempre há algo novo a ser aprendido e praticado. Com a poluição, desmatamento, crise hídrica e energética tornando-se problemas sérios demais no conjunto, o lixo vem se somar a estes mostrando que atinge grandes proporções.

Pesquisando sobre o elemento, encontrei no site Controversia.com.br estudo elaborado pela ONU em conjunto com o Banco Mundial, apontando que nas últimas três décadas o crescimento do lixo no planeta foi três vezes maior que a população. Ou seja, sete bilhões de pessoas produziram 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. Metade desse lixo é produzida pelos 34 países mais ricos do planeta. EUA lideram a lista. O Brasil ocupa a quinta posição com 78 milhões de toneladas em 2014.

Outra problemática que tem se agravado, principalmente aqui no país, é a destinação final do lixo, com a maioria concentrada em lixões altamente poluidores do ar, solo e água; sem impermeabilização e captação do chorume; causadores de doenças e proliferação de insetos nocivos. O mesmo estudo do Banco Mundial, citado acima, aponta que se 42% do lixo depositado nos lixões fossem para os aterros sanitários, onde o chorume e o gás metano são coletados, o aproveitamento do biogás e da compostagem abririam 110 mil novos postos de trabalho para os próximos 18 anos e injetaria 35 bilhões na economia.

Resta saber quando os governos se empenharão em fazer a lição de casa, uma vez que já está em vigor a Lei Federal 12.305, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos e dispõe que os lixões de todo o país sejam substituídos por aterros sanitários, sob a responsabilidade dos municípios, cujo prazo expirou em 02 de agosto de 2014!

Como podemos ver, o lixo é problema de cada um de nós juntos, na tomada de medidas local e conjunta em vista da saúde, do bem estar e do convívio com o meio ambiente, a inclusão do planeta!


(Edição de janeiro/2015 e repostado)



Pela Inclusão e pela Vida.






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