“Os brancos precisam
matar um leão por dia. Os negros, um crocodilo”!
Esta frase foi proferida por
uma universitária recém-formada pela Unifesp, que colou grau nesta semana, assim
como o meu afilhado Lucas.
A frase foi dita entre soluços
e lágrimas por uma mulher negra, mãe, universitária, trabalhadora e
batalhadora, enfim, por outros adjetivos dignos que se possa referir a alguém
que viu o sonho acontecer depois de tanta poeira, suor e sofrimento pelos quais
são feitos os caminhos do sonhar.
Aquele sonho de que é possível
mudar o rumo da história, mesmo com filho para criar sozinha, discriminada pela
cor e condição social, como tantas mulheres, tantas Marias...
E disse ainda, dos momentos em
que muitas vezes batia o desespero e a dúvida. De que não conseguiria alcançar
o objetivo diante dos tombos da travessia, quando ele parecia distanciar-se
mais e mais...
Mas aquele não foi um relato solo,
de quem fala apenas de si. Sua fala abrangia outras e outros. As dificuldades
de cada um e de todos, incluídas as situações diversas e adversas que a até a
instituição infringia aos estudantes.
Não vou demorar nem aumentar a
lista.
Somente aplausos a esta e
tantas mulheres guerreiras, que se assemelham no sonho e na luta, no compasso e
na ginga, de cabeça erguida mesmo que tragam no corpo as marcas duras dos
golpes da vida.
Negra mulher recém-formada, não
sei teu nome, nem onde moras ou o que fazes... Sei apenas que corre latejando
em nossas veias este sangue feminino de fé e de certeza, de ação e reação
diante da letargia, da compaixão ante as crueldades, enfim do amor que tudo crê
e transforma. Valeu a tua luta, desfrute
a vitória!
(Post editado em 2015)
(Post editado em 2015)
Pela Inclusão e pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário