PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

“Y” OU “P” COM RESPEITO!



Certo dia, enquanto esperava minha vez de ser atendida em determinada fila, já de posse de uma senha, cuja única consoante que antecedia os algarismos era “Y”. Viajante que sou no mundo das ideias, botei os miolinhos para pensar numa forma de descobrir o porquê escolheram aquele “Y” como inicial de senhas.

Olhei por um tempo o painel de chamadas e tinha também um “P” na inicial de outros algarismos. Observei que quem portava aqueles “Pês” na maioria eram as cabecinhas brancas, ou seja, os idosos. Saquei então que aqueles “Pês” seriam as senhas preferenciais. Logo, eu não era uma preferencial...

Sem problemas! Minha deficiência muitas vezes passa como que sendo “embutida”, ou seja, não é notada assim como os cadeirantes e os cegos, sendo confundida muitas vezes mais como uma estrangeira pelo sotaque do que deficiente propriamente. Ora, prefiro que as preferências sejam direcionadas àqueles que dela necessitam de fato, pelas suas agravantes.

Voltei então ao pensamento tentando descobrir aquele “Y” da questão! Não conseguia imaginar nenhuma palavra de referência cuja letra, apesar de compor nosso alfabeto, não tem muitas raízes e seus derivados em nossa língua.

Nesses devaneios, ocorreu que o número seguinte ao da minha senha era exibido no painel. Rapidamente olhei para o balcão e vi que estavam chamando pela minha senha verbalmente, isto é, gastando o gogó ao invés de eletronicamente. Apresentei-me ao balcão e perguntei do ocorrido. E a atendente, com um mau humor tão assustador, respondeu que estava ajudando a colega ao lado a agilizar o atraso das senhas, onde a minha não foi possível de ser visualizada no painel.

Tem dia que é assim...

Entre exigir um atendimento com acessibilidade naquele órgão ou valorizar o trabalho de equipe em benefício da demanda, escolhi a segunda opção. Não sem antes alertar aquela funcionária que, embora reconhecendo sua atitude colaborativa de equipe, entretanto, ficou prejudicada a forma de acesso garantido através daqueles painéis eletrônicos, instrumentos positivos para quem não ouve.

Na luta por direitos adquiridos, muitas vezes deparamos com comportamentos nem sempre simpáticos de agentes públicos ou privados. Mais do que bater o pé, o diálogo é também outro caminho facilitador da Inclusão, com informação embutida.





Pela Inclusão e pela Vida!





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