A fábula de Folhabela
Era uma vez uma formiguinha
saúva chamada Folhabela.
Folhabela era muito idealista.
Sonhava com um mundo melhor além do formigueiro, da simples e repetitiva tarefa
de cortar folhas para a produção do alimento. Ela queria ser cientista e assim,
poder explorar melhor o ambiente, as folhas das árvores em suas diversas
espécies, extraindo melhoramentos no corte e manejo com vistas a enriquecer os
alimentos. Acreditava que esse melhoramento produziria mais qualidade de vida à
colônia.
Pensou em estudar Botânica
ou Agronomia. Enquanto não se decidia entre estas duas opções, lá foi a
Folhabela toda feliz anunciar ao Comitê Responsável pela Distribuição de Tarefas
e Funções do Formigueiro sobre a sua nova opção.
Mas o Comitê negou seu
pedido dizendo que na universidade local só havia cursos de Cortadeiras, Lixeiras,
Soldados e Enfermeiras, que são as principais funções desempenhadas no
formigueiro. E que aquela era uma função desnecessária e burguesa, uma vez que
não faria paralelo com as atividades básicas do grupo. Além disso, seria
dispendioso e causaria rixas e contendas entre a classe.
Mas Folhabela argumentou em
sua tese, sobre a importância que se deveria dar ao estudo e à pesquisa e
ainda, que a universidade vizinha dispunha daquele curso à distância e ela
poderia fazê-lo sem sair de casa.
Pedido negado, só restou à
pobre Folhabela acatar a decisão e seguir na sua atividade diária de cortar
folhas...
As coisas caminhavam nesse
rumo até que, numa bela manhã quando seguia para a faina diária, observou que as
companheiras que voltavam com o fardo carregado traziam uma espécie de folha
diferente. Era arredondada, pesada e granulosa, coisa que ela nunca vira. Tinha
um odor agradável, mas aquela aparência era tão estranha que Folhabela ficou
com a pulga atrás da orelha.
Andou mais depressa que o
normal para descobrir de onde vinha aquela novidade. E, bem na metade da trilha,
encontrou um enorme invólucro brilhante à luz do sol. Seu interior estava carregado
daquelas folhas diferentes. Suas companheiras se dividiam ali em duas trilhas, uma
que vinha do pomar com folhas de laranjeira e outra que saía de dentro daquele
invólucro, carregando os grãos com destino à colônia.
Além de idealista, Folhabela
era também curiosa. Como tal, resolveu quebrar a regra elementar e dar uma
provadinha naquela coisa verde que não tinha a maciez das folhas convencionais.
Uma leve ardência começou a formigar em sua boca e Folhabela percebeu que
aquilo não era coisa boa. Tratou de avisar suas companheiras que desistissem
daquele carregamento duvidoso e voltassem somente para o pomar, para as
deliciosas e tradicionais laranjeiras.
Como ninguém deu ouvidos ao
seu conselho, Folhabela resolveu voltar correndo e anunciar ao Comitê sobre o
perigo que aqueles fardos poderiam representar. O Comitê resolveu se reunir a
portas fechadas para tratar da questão e Folhabela ficou ali, de fora, vendo
suas colegas carregar cada vez mais enormes grãos para dentro do formigueiro.
Mas era tarde para qualquer
decisão ou iniciativa... Aquela carga venenosa não só acabou com o formigueiro,
como também com aquele sonho de novidade e vida melhor!
Moral da estória: Respeitar
as diferenças promove a inclusão!
Pela Inclusão e pela Vida.
Pela Inclusão e pela Vida.
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