PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quinta-feira, 18 de junho de 2020

É PROIBIDO PROIBIR



A fábula de Folhabela



Era uma vez uma formiguinha saúva chamada Folhabela.
Folhabela era muito idealista. Sonhava com um mundo melhor além do formigueiro, da simples e repetitiva tarefa de cortar folhas para a produção do alimento. Ela queria ser cientista e assim, poder explorar melhor o ambiente, as folhas das árvores em suas diversas espécies, extraindo melhoramentos no corte e manejo com vistas a enriquecer os alimentos. Acreditava que esse melhoramento produziria mais qualidade de vida à colônia.
Pensou em estudar Botânica ou Agronomia. Enquanto não se decidia entre estas duas opções, lá foi a Folhabela toda feliz anunciar ao Comitê Responsável pela Distribuição de Tarefas e Funções do Formigueiro sobre a sua nova opção.
Mas o Comitê negou seu pedido dizendo que na universidade local só havia cursos de Cortadeiras, Lixeiras, Soldados e Enfermeiras, que são as principais funções desempenhadas no formigueiro. E que aquela era uma função desnecessária e burguesa, uma vez que não faria paralelo com as atividades básicas do grupo. Além disso, seria dispendioso e causaria rixas e contendas entre a classe.
Mas Folhabela argumentou em sua tese, sobre a importância que se deveria dar ao estudo e à pesquisa e ainda, que a universidade vizinha dispunha daquele curso à distância e ela poderia fazê-lo sem sair de casa.
Pedido negado, só restou à pobre Folhabela acatar a decisão e seguir na sua atividade diária de cortar folhas...
As coisas caminhavam nesse rumo até que, numa bela manhã quando seguia para a faina diária, observou que as companheiras que voltavam com o fardo carregado traziam uma espécie de folha diferente. Era arredondada, pesada e granulosa, coisa que ela nunca vira. Tinha um odor agradável, mas aquela aparência era tão estranha que Folhabela ficou com a pulga atrás da orelha.
Andou mais depressa que o normal para descobrir de onde vinha aquela novidade. E, bem na metade da trilha, encontrou um enorme invólucro brilhante à luz do sol. Seu interior estava carregado daquelas folhas diferentes. Suas companheiras se dividiam ali em duas trilhas, uma que vinha do pomar com folhas de laranjeira e outra que saía de dentro daquele invólucro, carregando os grãos com destino à colônia.
Além de idealista, Folhabela era também curiosa. Como tal, resolveu quebrar a regra elementar e dar uma provadinha naquela coisa verde que não tinha a maciez das folhas convencionais. Uma leve ardência começou a formigar em sua boca e Folhabela percebeu que aquilo não era coisa boa. Tratou de avisar suas companheiras que desistissem daquele carregamento duvidoso e voltassem somente para o pomar, para as deliciosas e tradicionais laranjeiras.
Como ninguém deu ouvidos ao seu conselho, Folhabela resolveu voltar correndo e anunciar ao Comitê sobre o perigo que aqueles fardos poderiam representar. O Comitê resolveu se reunir a portas fechadas para tratar da questão e Folhabela ficou ali, de fora, vendo suas colegas carregar cada vez mais enormes grãos para dentro do formigueiro.
Mas era tarde para qualquer decisão ou iniciativa... Aquela carga venenosa não só acabou com o formigueiro, como também com aquele sonho de novidade e vida melhor!
Moral da estória: Respeitar as diferenças promove a inclusão!


Pela Inclusão e pela Vida.




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