Levain transbordou |
Faz quase um ano, aprendi fazer
pão de fermentação natural.
Nada de fermento industrializado. Somente farinha, água, um pouquinho de
azeite e sal.
Simples assim: Levain (pronuncia-se
levan) é o nome do fermento à base de farinha de trigo e água somente, que
depois de uma cultura pelos microrganismos por 10 dias, origina-se um fermento
forte e natural, que faz crescer a massa, seja de pão, rosca, panetone ou pizza.
Muito saudável e indicado para pessoas que tem intolerância digestiva à massa
dos pães comuns.
O tal do Levain é tão antigo,
data de mais 3.500 anos! E isso me fez pesquisar o passado, história sobre a
fabricação do pão artesanal em diversas culturas.
Uma fórmula tão antiga e tão nova
ao mesmo tempo! Ao passo que, para preparar um simples pão, basta porções de
farinha de trigo e água, acrescida de porções de Levain e sal. Nada mais.
A diferença dessa mistura em
relação ao fermento industrializado é que se trata de um processo mais longo de
fermentação, que inclusive vai à geladeira “dormir” de um dia para outro, onde
a fermentação cresce mais devagar, mas que dá origem a um pão macio, leve e
saboroso!
Engana-se quem pense que qualquer
pessoa expert em cozinha ou massas encontre facilidade para lidar também com o
levain. É uma técnica muito diferente que, de início, exige disciplina e muita paciência.
E persistência!
Disso posso afirmar que, a experiência
de errar por diversas vezes nas medidas de farinha, da hidratação, do ponto de
refrescar o fermento (que é guardado em geladeira e deve ser renovado a cada
vez que se faz pão), da maneira de assar, etc. que chegou a desanimar e até querer
desistir diante de pães crus, pesados e feios. Ainda a torcida do contra, do desperdício
de material e etc.
Ainda bem que o aprendizado foi
por meio de um grupo numeroso, criado nas redes sociais, onde o foco é fazer pão
de levain exclusivamente. Ali fotos de pães são compartilhadas, das mais
diversas formas e feitios, bem como dúvidas, dicas, sugestões e por aí vai... Tem
belos e apetitosos pães, como também alguns mirrados e feios, expondo assim os
acertos e as dificuldades encontradas por seus criadores, com o desejo de
buscar sanar suas dificuldades.
O bonito de tudo é que as duas
criadoras do grupo incentivam e ajudam os demais membros. E quando não dá para
atender a tantas dúvidas, tem sempre pessoas dispostas a ajudar e aconselhar.
Algumas regras devem ser seguidas:
o objetivo ali é compartilhar a criação pessoal com levain, trocar receitas e
oferecer ajuda. Nada de estrelismo e exibicionismo. Cada um é chamado a ajudar
o outro nas dúvidas e no aprimoramento. É também uma vitrine tão bonita de pães
diversificados que só de olhar, dá incentivo e coragem de seguir em frente até
acertar no processo.
Um belo exemplo de panificação natural
inclusiva!
Afinal, é Pão!
Pela Inclusão e pela Vida
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