PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

É PÃO, É INCLUSÃO



Levain transbordou


Faz quase um ano, aprendi fazer pão de fermentação natural.

Nada de fermento industrializado. Somente farinha, água, um pouquinho de azeite e sal.

Simples assim: Levain (pronuncia-se levan) é o nome do fermento à base de farinha de trigo e água somente, que depois de uma cultura pelos microrganismos por 10 dias, origina-se um fermento forte e natural, que faz crescer a massa, seja de pão, rosca, panetone ou pizza. Muito saudável e indicado para pessoas que tem intolerância digestiva à massa dos pães comuns.

O tal do Levain é tão antigo, data de mais 3.500 anos! E isso me fez pesquisar o passado, história sobre a fabricação do pão artesanal em diversas culturas.

Uma fórmula tão antiga e tão nova ao mesmo tempo! Ao passo que, para preparar um simples pão, basta porções de farinha de trigo e água, acrescida de porções de Levain e sal. Nada mais.

A diferença dessa mistura em relação ao fermento industrializado é que se trata de um processo mais longo de fermentação, que inclusive vai à geladeira “dormir” de um dia para outro, onde a fermentação cresce mais devagar, mas que dá origem a um pão macio, leve e saboroso!

Engana-se quem pense que qualquer pessoa expert em cozinha ou massas encontre facilidade para lidar também com o levain. É uma técnica muito diferente que, de início, exige disciplina e muita paciência. E persistência!

Disso posso afirmar que, a experiência de errar por diversas vezes nas medidas de farinha, da hidratação, do ponto de refrescar o fermento (que é guardado em geladeira e deve ser renovado a cada vez que se faz pão), da maneira de assar, etc. que chegou a desanimar e até querer desistir diante de pães crus, pesados e feios. Ainda a torcida do contra, do desperdício de material e etc.

Ainda bem que o aprendizado foi por meio de um grupo numeroso, criado nas redes sociais, onde o foco é fazer pão de levain exclusivamente. Ali fotos de pães são compartilhadas, das mais diversas formas e feitios, bem como dúvidas, dicas, sugestões e por aí vai... Tem belos e apetitosos pães, como também alguns mirrados e feios, expondo assim os acertos e as dificuldades encontradas por seus criadores, com o desejo de buscar sanar suas dificuldades.

O bonito de tudo é que as duas criadoras do grupo incentivam e ajudam os demais membros. E quando não dá para atender a tantas dúvidas, tem sempre pessoas dispostas a ajudar e aconselhar. 

Algumas regras devem ser seguidas: o objetivo ali é compartilhar a criação pessoal com levain, trocar receitas e oferecer ajuda. Nada de estrelismo e exibicionismo. Cada um é chamado a ajudar o outro nas dúvidas e no aprimoramento. É também uma vitrine tão bonita de pães diversificados que só de olhar, dá incentivo e coragem de seguir em frente até acertar no processo.

Um belo exemplo de panificação natural inclusiva!

Afinal, é Pão!


Pela Inclusão e pela Vida



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