Pedir uma pizza, desbloquear
cartão de crédito, marcar uma consulta. Tudo pelo telefone! Simples né?
Nem um pouco simples para quem
tem surdez ou deficiência auditiva! E bota dificuldade nesse jogo de gato e
rato!!!
Uma pizza se consegue também por
meio de aplicativos, com tantos deles por aí. As consultas médicas, na maioria das vezes
precisamos da ajuda de alguém para que faça a ligação e a marcação por nós, como tem sido na rede pública e na maioria dos convenios médicos. Quanto ao desbloqueio de cartão de crédito, esse é sem dúvida, o cúmulo da
dificuldade. Que o digam os surdos que se utilizam deles.
Tem gente que não acredita, mas é
a pura realidade na vida das pessoas com surdez quando, ao receber o cartão via
correio e ter que desbloquear o mesmo pela central de atendimento. Somos
vítimas da falta de acessibilidade para pessoas que não escutam, não ouvem ao
telefone.
Tive o cartão de crédito fraudado
ao realizar uma compra. Dirigi-me ao setor competente para, por segurança,
efetuar o bloqueio e solicitar um novo. Sabia que não conseguiria nada por
telefone. O atendimento foi rápido e cortês. Mas, até as informações chegarem
na central, deu-se início a uma novela que se arrastou por dois meses. O pior
foi, além de ficar sem cartão, não ter notícias do andamento, pois não havia
como falar por e-mail ou chat 24 horas. Consegui a muito custo falar com um
gerente por WhatsApp, mas a cada tentativa, crescia a enrolação do caso, sem
respostas claras.
E quem disse que não temos que
correr atrás de nossos direitos?
Apelei ao Procon. No caso, a
maneira mais ágil e prática de resolver aquele conflito, que resultou
frutífero. Não sem antes ser obrigada pela administradora do cartão a indicar
uma pessoa de confiança a ser cadastrada no sistema, para que possa falar e
tratar por mim no 0800. Até aí, tudo bem, realmente é uma opção viável. Mas até
descobrirem essa opção...
Em pleno século 21, com todos os
avanços tecnológicos disponíveis que se possa imaginar, parece piada o fato de que
pessoas desprovidas da audição se encontrem ainda na idade da pedra lascada, em
termos de acessibilidade comunicacional!
Com tantos desserviços que
enfrentamos em nossa caminhada, a luta tem que ser sempre atuante, se quisermos
usufruir de direitos e liberdades fundamentais garantidos a todas as pessoas
sob a garantia da lei, principalmente a Lei 13.146/2015, cujo Estatuto da Pessoa
com Deficiência, que assegura e promove em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais pela PCD com vistas à inclusão e
cidadania.
Não podemos nos calar nem omitir.
Custe o que custar, a lei tem que valer, assim como o direito, a ordem, o
respeito e as diferenças!
Pela Inclusão e pela Vida!
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