PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

domingo, 27 de setembro de 2020

O RESPEITO VEM PRIMEIRO

Assim penso eu sobre um dia para se falar e levantar a bandeira das causas das pessoas com surdez. Ocorrido ontem, 26 de setembro.

A gente luta por direitos como escolas mais inclusivas, por legendas não só na TV, como nas redes e principalmente nas lives, por intérpretes de Libras, por trabalho, enfim por situações que nos incluam como um ser igual aos demais.

Acontece que a Inclusão é lenta porque ela depende do raciocínio e da vontade, do agir das pessoas e da sociedade. Quanto mais empenhada e empoderada uma sociedade, mais depressa o terreno se torna inclusivo ao redor.

Tem momentos que a gente cansa dessa lentidão. Inclusive eu, que agora sou uma sexagenária e tive que mudar a rota de atuação. Digo cansar no sentido de viver batendo nas teclas de abordagem para mudanças de paradigmas nas pessoas, nos meios sociais. Esse cansaço vejo que muitas vezes é causado primeiramente pela falta de respeito para com as pessoas surdas, seu sujeito e conjunto, suas histórias, as habilidades e também as limitações.

Sem querer discorrer demais em relatos que as pessoas surdas enfrentam em seu dia a dia, citarei apenas aquele que se refere às máscaras obrigatórias que temos de usar, principalmente na área de saúde dos centros médicos e hospitais, lugares estes de risco e que são ambientes dificílimos para um surdo se comunicar, se informar e ser atendido. Ali, nenhum profissional quer tirar a máscara diante de um surdo oralizado, aquele que lê os lábios.

É claro que sabemos dos riscos e dos cuidados que devemos ter, mas que esses profissionais não têm nenhum preparo para lidar com a situação, por mais simples que seja, e eu digo que não é apenas falar e ouvir, mas facilitar através de intérpretes de Libras, de sinais ou mímicas, de se escrever bilhetes, enfim de buscar todas as brechas possíveis para que possamos ser atendidos, orientados em nossas dúvidas e dificuldades.

Está certo que estamos vivendo reduzidamente nestes tempos de isolamento social “parcial”: redução de horários, da jornada, das relações sociais e familiares, mas que não se pode reduzir uma comunicação tão essencial: o direito de entender e ser entendido.

“RESPEITO é o sentimento que leva alguém a tratar as outras pessoas com grande atenção e profunda deferência...” (Dicio online)

 

Pela Inclusão e pela Vida.



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