Assim penso eu sobre um dia para
se falar e levantar a bandeira das causas das pessoas com surdez. Ocorrido ontem,
26 de setembro.
A gente luta por direitos como
escolas mais inclusivas, por legendas não só na TV, como nas redes e principalmente
nas lives, por intérpretes de Libras, por trabalho, enfim por situações que nos
incluam como um ser igual aos demais.
Acontece que a Inclusão é lenta
porque ela depende do raciocínio e da vontade, do agir das pessoas e da
sociedade. Quanto mais empenhada e empoderada uma sociedade, mais depressa o
terreno se torna inclusivo ao redor.
Tem momentos que a gente cansa
dessa lentidão. Inclusive eu, que agora sou uma sexagenária e tive que mudar a
rota de atuação. Digo cansar no sentido de viver batendo nas teclas de
abordagem para mudanças de paradigmas nas pessoas, nos meios sociais. Esse cansaço
vejo que muitas vezes é causado primeiramente pela falta de respeito para com
as pessoas surdas, seu sujeito e conjunto, suas histórias, as habilidades e
também as limitações.
Sem querer discorrer demais em
relatos que as pessoas surdas enfrentam em seu dia a dia, citarei apenas aquele
que se refere às máscaras obrigatórias que temos de usar, principalmente na
área de saúde dos centros médicos e hospitais, lugares estes de risco e que são
ambientes dificílimos para um surdo se comunicar, se informar e ser atendido.
Ali, nenhum profissional quer tirar a máscara diante de um surdo oralizado, aquele que
lê os lábios.
É claro que sabemos dos riscos e
dos cuidados que devemos ter, mas que esses profissionais não têm nenhum
preparo para lidar com a situação, por mais simples que seja, e eu digo que não
é apenas falar e ouvir, mas facilitar através de intérpretes de Libras, de
sinais ou mímicas, de se escrever bilhetes, enfim de buscar todas as brechas
possíveis para que possamos ser atendidos, orientados em nossas dúvidas e
dificuldades.
Está certo que estamos vivendo reduzidamente
nestes tempos de isolamento social “parcial”: redução de horários, da jornada,
das relações sociais e familiares, mas que não se pode reduzir uma comunicação tão
essencial: o direito de entender e ser entendido.
“RESPEITO
é o sentimento que leva alguém a tratar as outras pessoas com grande atenção e
profunda deferência...” (Dicio online)
Pela Inclusão e pela Vida.
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