PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

REPARTINDO A BOLACHA




Toda quarta-feira faço a parada naquele ponto para trocar de coletivo. Bem em frente daquela parada fica uma loja de doces. São várias as manhãs que dali observo o entra e sai constante de pessoas em busca de forração para o estômago. A impressão que fica indica que a maioria sai de casa sem o café da manhã. É uma pena porque, conforme pesquisa apresentada recentemente, o brasileiro se alimenta mal, a começar pelo desjejum.

Não, o assunto de hoje não é sobre alimentação, embora seja uma abordagem muito relevante e que em breve pretendo falar a respeito,  com ajuda da Bárbara minha sobrinha, que inclusive abordou o assunto em sua tese de conclusão de curso.

É sobre a delícia, o sabor de repartir uma bolacha com alguém!

Então, voltando ao fato, numa dessas manhãs perdi o segundo ônibus pura e simplesmente porque me entretive ao presenciar cena tão bonita. Três jovens amigos, dois rapazes e uma garota que saíram da referida loja com pacotinhos nas mãos. Ela segurava uma garrafa de suco enquanto um dos rapazes tinha um pacote de salgadinhos e o outro, de bolachas.

Afastaram-se do ponto e foram lanchar na mureta de apoio ao imóvel vizinho. O salgadinho e o suco logo foram devorados pelos três numa rapidez que indicava que aquela deveria ser a primeira refeição do dia. Depois, foi a vez do pacote de bolachas, circulando de mão em mão enquanto a conversa rolava.

O leitor deve até pensar que naquele momento eu não teria nada o que fazer senão observar uma cena da vida dos outros...

Sim, isto é verdade! Realmente estive observando aquele achado de partilha comum e pude concluir o quão bonito foi o desenrolar daquele final, quando um deles segurou como que sendo o último biscoito do pacote em uma das mãos e ofereceu-o aos colegas. Pude concluir que, pelo gesto negativo da garota, feito com a cabeça, ela cedia o seu quinhão aos amigos que, sem perda de tempo, partiram-no ao meio e degustaram cada qual o seu bocado.

Nesta vida nossa de cada dia, alguns partilham sonhos, outros, esperanças! Partilhar um pacotinho de bolachas, por mais barato que seja, com ou sem recheio, também é um gesto de amor, doação, humildade e de companheirismo, sinal de alegria com a presença do(s) outro(s).

Oxalá, tenhamos sempre à bolsa ou na maleta um pacote de bolachas...


“Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles.” (Lucas 24,30)





Pela Inclusão e pela Vida!



Nenhum comentário:

Postar um comentário