PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Como todo mundo!




 Como todo mundo!

Quando visitamos alguém no hospital, em geral sabemos que a sua permanência ali não é definitiva. Pode ser que durem uns dias, semanas ou até meses, dependendo do quadro que apresente.

Se nos reportarmos agora a alguma instituição que abrigue em tempo integral, pessoas com deficiência intelectual com associações de outras, vemos que já não se trata de uma estadia breve ou transitória, mas permanente. Com a maioria dos ali assistidos, é por toda a vida.

E fico pensando no panorama entre estes dois polos, de como muda totalmente o contexto. Pergunto-me como fazer com que o segundo não perca a qualidade de vida como o primeiro, ou seja, tenha todo o envolvimento social, cultural, afetivo e de suporte para os cuidados necessários de modo que sua vida não seja inerte, mas de contínua interação.

A realidade tem mostrado que quando se ingressa numa instituição já não se pensa e age como antes (se é que assim o foi): em função da família, do seu espaço e relações consigo, com o outro e com o mundo; a liberdade de ir e vir, de interagir nas esferas da sociedade como um todo. É uma mudança radical. Aquele será o novo lar, não apenas da família de sangue, mas de uma infinidade de pessoas das mais diversas origens, raças, condições e cor.

E chega o momento que a pessoa que visitamos no hospital terá alta médica e voltará para sua casa. Logo se restabelecerá à vida comum, ao passo que, em relação aos internos de instituições (motivada seja por falta de guarda na família ou parentes, por situação social incapaz de suprir as necessidades básicas ou, ainda, por determinação judicial) estes passarão por uma longa adaptação à nova família num novo ambiente, bem como aos costumes ali vigentes. Não são situações sem dor.

E a superação desses estados dolorosos, dos laços que foram desfeitos para dar lugar a uma nova vida, só acontece através da união de filosofias, metas, esforços e dedicação constante da instituição, seus gestores, funcionários e colaboradores através do trabalho árduo de arregimentar forças, recursos e doações, pessoas e voluntários para oferecer qualidade de vida digna àqueles que ali formam uma grande família.

E da união de esforços conjuntos pode-se vislumbrar que o resultado tem proporcionado trabalho interno, estudo especializado, atendimento médico, odontológico, fisioterápico, psicológico, fonoaudiológico; praticas esportiva; música; dança e uma infinidade de atividades culturais e de interação. Um trabalho dedicado e tanto. 

Infelizmente, quando se divulga esse belo trabalho, nem todas as pessoas do “mundo aqui de fora” acolhe e reconhece esta realidade. Poucos abraçam a causa. Medo? Preconceito? Que será?

Talvez os paradigmas ainda arraigados que teimam em nossa cultura, necessitando de renovação, de um banho de inclusão a transformar mentalidades e atitudes em ações mais humanizadas e motivadoras do conhecimento, respeito e bem-querer do outro, que é diferente mas tão igual!

E me recordo daquele dia em que, ao final do curso de capacitação de novos voluntários, foi-nos dito que algo tão imprescindível dependia de nós: que para cada criança, jovem, adulto ou idoso que ali reside, seríamos considerados não apenas uma visita que chega, ou uma nova amizade que se inicia, ou ainda um padrinho que vem visitar, mas um novo vínculo que se cria como família: somos a família deles também!




Pela Inclusão e pela Vida!







Nenhum comentário:

Postar um comentário