Uma sala em cada extremo,
Poucas cadeiras dispostas,
Alguns acompanhantes
E a ansiedade, tensão, angústias tantas...
Naquelas poucas cadeiras,
Pessoas que aguardam um sinal de alento
De seus entes tão queridos,
Em emergência submetidos
Pela recuperação da vida...
São mães, esposas, uma avó e uma filha,
O feminino em maioria, naquele dia!
No gênero, zelo, tristeza e alegria,
Que nos semblantes misturam e irradiam
De esperança, mesmo com dor, a valentia!
Por entre aquele imenso corredor,
Vazios espaços promoviam o partilhar,
Da vida, da luta, a situação!
Como forma de então preencher
E afugentar tamanha solidão.
E, quando tudo já houvera sido dito,
Necessidade de silêncio então se fez!
Por uma prece, um pensamento, uma emoção,
Para aqueles a quem na vida, existir é uma razão...
E eis que, naquele silêncio tão pungente,
Duas figuras bizarras surgem do fundo corredor.
Em jaleco branco, qual doutores, são palhaços!
Nariz vermelho, o violino, um buquê de noiva...
Que casal feliz, andando aos tropeções,
Na lida diária de fazer rir os corações.
Entre um riso e um sorriso,
A alegria se fez presente!
Ao dissipar, mesmo que por um instante,
O medo e a tensão...
Injetando ânimo, confortando coração,
De bem, de paz, consideração!
Palhaços de corredores, coisa tão bela!
Fazedores de alegria,
Existe cura mais singela
De quando se abre as portas ao riso,
Ver a dor saltar pela janela?
(Poema editado em 2013)
Pela Inclusão e pela Vida.
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