PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ENXAME: DO SUSTO À PREOCUPAÇÃO




Passar pela experiência de encontrar um enxame de abelhas bem na sua frente, diante da sua porta e surgindo do nada, é uma situação tão inusitada, passível de tornar qualquer um petrificado com a cena. Ao menos isto me ocorreu.
Foi um susto grande, misturando medo e torpor ao mesmo tempo, com uma sensação de letargia diante de algo assombroso, nunca presenciado e que impedia qualquer reação.
Com todas as portas da casa abertas, idem as janelas e vidraças, terminava eu de lavar a louça e tive a impressão de que abelhas voavam bem ali no parapeito da janela. Apurei melhor a visão e notei que eram várias e que iam aumentando consideravelmente. A primeira sensação que tive foi observar se havia algo doce por perto que as atraísse, como já aconteceu algumas vezes, ao preparar doces caseiros e ser surpreendida por elas na cozinha, sempre inofensivas. Não havia nada que ocasionasse tal atração.
Com as abelhas aumentando consideravelmente, impulsivamente fechei as vidraças acima da pia e resolvi ir lá fora para ver de onde vinham. Nem consegui passar da porta, hipnotizada com aquele fenômeno que se apresentava à minha frente e que impossibilitava de gritar ou manifestar qualquer reação.
Era um enxame negro, por elas serem muitas e talvez fossem da variedade africana, mais escuras que a européia, ou então uma mistura das duas (?) que se movimentavam energicamente em forma de redemoinho, cujos movimentos circulares de centenas delas se dirigiam de baixo para cima, do lado de fora da porta, no patamar acima da laje, como que procurando por algo.
Tornei-me então uma estátua ali diante da porta, estupefata. Nunca havia presenciado aquilo e nenhum conhecimento tinha de como lidar numa situação assim. Era fato novo, belo e mágico, mas também aterrorizante.
Só depois de alguns segundos é que notei que Nero, o velho labrador negro, dormia sossegadamente aos pés da porta. Nesse instante o coração deu um salto e acordei para o real. Como podia o cão nem se importar com um enxame daqueles? Para complicar, Nero sofre de artroses devido à idade e leva uma eternidade para se deitar ou levantar do chão, quanto mais pesadão que é.
Pensei numa maneira de tirar Nero dali. Num impulso, mas devagar, consegui me agachar e aproximar dele. Segurei sua grossa coleira com as duas mãos e ele acordou assustado, puxei-o para dentro numa rapidez implacável e com toda a força possível por arrastá-lo, permanecendo ainda agachada, de modo que pudesse em seguida fechar as vidraças da porta, de dentro para fora, evitando assim trazer o enxame para o interior da casa. Levantei-me apressadamente e fui então vedar o que quer que se encontrasse aberto. Só depois consegui puxar uma cadeira e nela apoiar-me com as pernas bambas da tremedeira, mas fascinada demais diante do fenômeno.
O espetáculo durou uns vinte minutos. Tempo que elas utilizaram para se instalar num caixote que encontraram acima daquela laje, ali fixando moradia.
Providenciada a transferência do caixote, agora habitado e passado o susto e serenado os ânimos, tratei de pesquisar sobre essas criaturinhas incríveis, úteis e maravilhosas. Descobri que no momento do enxame elas não costumam atacar, a não ser que sejam provocadas. O foco daquele instante era exclusivamente uma moradia onde pudessem se instalar, próprio de todo enxame.
Talvez o leitor se pergunte: E o que isto tem a ver com a inclusão?
Diria que muito e não apenas com a inclusão, mas com nossa sobrevivência alimentar! Pode ser que a resposta vá alongar muito este post. Sugiro então a leitura de outro que escrevi e segue abaixo.
https://marciafrizo.blogspot.com.br/2015/05/resistencia-e-esperanca.html


Façamos nossa parte: Salvemos as abelhas plantando flores!



Pela Inclusão e pela Vida



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