PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

ELA NOS RENOVA...


Conheci uma pessoa que não gosta de flores. Nem dentro ou fora de casa. E nem de árvores, nem de grama ou capim.

Não tem nenhum jardim na casa, senão um pequeno canto de terra, mas que trata de eliminar logo quaisquer resquícios de vida verde que possa germinar dali. Tudo tem que ser eliminado, limpo, varrido... Como dissociar a vida humana da vegetal? Tão estranho... Tão excêntrico, mas fazer o quê?

Tão ao contrário, amo a vida vegetal, plantas e flores. O cheiro de terra molhada depois da chuva, bem como dos compostos que se mistura à terra para plantio, nutrição ou reforço. Gosto do cheiro do mar, que faz evaporar nas narinas o sal úmido que carrega consigo o iodo e outros aditivos saudáveis ao organismo.

Acredito na simbiose que há no cosmos. Homem, água, terra, plantas e seres vivos têm uma relação de interdependência essencial e que dá sentido ao existir.

Falando em existência, após muitas tentativas e erros, aprendi a cuidar de orquídeas. Foi lidando com a delicadeza dessas plantas que passei a observar melhor como dispensar cuidados que não fossem excessivos a ponto de causar a morte por excesso de adubação ou de água, um canto abrigado do vento e do sol, das pragas, etc.

Paciência foi a palavra chave desse aprendizado. E também a esperança, no anseio por ver a reação da planta, da sobrevivência, do despontar das primeiras folhas e brotos. Trata-se de uma relação que vai sendo correspondida à medida que se percebe as reações, os sinais emitidos pelo vegetal.

Dizem que não se deve olhar demais para as plantas, nem tocar, nem apontar. Que elas sentem e murcham, morrem até.

Mas como não? Se há toda uma relação de necessidade de cuidados, de podas e aparas, de revolver a terra, de combater as pragas. Não é assim também a relação de um agricultor? Este que tem as mãos grosseiras e toscas, mas que são sentidas na leveza de uma seda...

E chegando a Primavera, que prazer maior aos olhos ao se vislumbrar os brotos novos, os rebentos prontos a abrir na busca da luz, do calor e das cores.

Primavera, ela que anuncia a vida depois do obscuro inverno,

No desabrochar dos primeiros rebentos, do verde clarinho...

Faz todas as formas, pinceladas de cores,

Que chama para a alegria e a ternura. A bondade e o carinho.

Chama, convida a crer na esperança. A ter paciência. E viver o amor!



Pela Inclusão e pela Vida.







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