Quão difícil é pedir perdão. E
também perdoar.
Quantas vezes temos a sensação
de que o chão sumiu dos pés; que um aperto interior vai dominando até explodir,
vazar por não mais suportar diante do erro, da ofensa, do mal que se fez... E a
culpa que ficou, marca sem dó, num emaranhado difícil de lidar: Por que fiz
isso, por que não segurei... E não pedi perdão?
E ainda a dor da ofensa
recebida, frustração, a mágoa que ficou, incompreensão. Por que assim? Por que
justo eu? Que fiz para merecer/desmerecer, e a fossa que ficou???
Quão pesado fica este cenário
projetando mal estar entre atores no espetáculo da vida! Interrogações,
acusações, ofensas e mágoas, ladeira abaixo. Como num quarto escuro, sem nenhum
feixe de luz. Ou num elevador lotado, de insuficiente ventilação, tudo se torna
completamente pesado, crucial!
Ar, luz, calma, serenidade.
Humildade, reflexão e oração são as medidas que se pode tomar, se se quiser
reencontrar os eixos e restabelecer as relações. E tempo. Quão sábio é o tempo,
senhor da razão!
Quão difícil é pedir perdão. E
também perdoar. Mas não impossível.
Quem já assistiu ao filme “A Cabana”, baseado no livro homônimo
de William P. Young, há de convir que o perdão seja um caminho de aprendizado a
que todo ser humano teve aderir, porque humano, limitado, cabeça dura e egoísta,
dada a nossa natureza.
É um filme belíssimo, mesmo que
trágico, mas que retrata a trajetória de um pai seguindo o aprendizado de
perdoar o assassino de sua filha caçula.
Belíssimo porque vai mostrando o passo a passo de um homem
amargurado desde a infância, com sede de vingança e que se deixa conduzir pelo
mistério, na descoberta do Sagrado, bem como nas respostas às suas crises
existenciais, “onde a culpa é a
paralização dos nossos sentidos e ações, daí a necessidade de perdoar a quem
nos fez mal e perdoar a nós mesmos”. O filme é uma ficção, mas que nem peca
por isso.
Tem ali uma mensagem assim: “O perdão existe em primeiro lugar para
aquele que perdoa, para libertá-lo de algo de vai destruí-lo, que vai acabar
com a sua alegria e capacidade de amar integral e abertamente”.
E ainda, sobre as lágrimas: “Jamais desconsidere a maravilha das
lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes
são as melhores palavras que o coração pode falar”.
Por mais que doa e difícil
seja, precisamos dobrar nosso orgulho e chegar até o outro e pedir ou dar o
perdão. É abrir a mão, permitir que seja feliz, pois só é feliz quem dá e não retém
para si.
Só o perdão é capaz de trazer
de volta ao indivíduo o bem estar, a alegria, a saúde e a serenidade de superar
a dor, porque a pessoa desistiu de conservá-la e escolheu chamar a paz de volta
ao coração.
Perdoar é um ato de Amor!
Pela Inclusão e pela Vida!
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