PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

domingo, 7 de abril de 2019

APRENDER COM O PERDÃO





Quão difícil é pedir perdão. E também perdoar.
Quantas vezes temos a sensação de que o chão sumiu dos pés; que um aperto interior vai dominando até explodir, vazar por não mais suportar diante do erro, da ofensa, do mal que se fez... E a culpa que ficou, marca sem dó, num emaranhado difícil de lidar: Por que fiz isso, por que não segurei... E não pedi perdão?
E ainda a dor da ofensa recebida, frustração, a mágoa que ficou,  incompreensão. Por que assim? Por que justo eu? Que fiz para merecer/desmerecer, e a fossa que ficou???
Quão pesado fica este cenário projetando mal estar entre atores no espetáculo da vida! Interrogações, acusações, ofensas e mágoas, ladeira abaixo. Como num quarto escuro, sem nenhum feixe de luz. Ou num elevador lotado, de insuficiente ventilação, tudo se torna completamente pesado, crucial!
Ar, luz, calma, serenidade. Humildade, reflexão e oração são as medidas que se pode tomar, se se quiser reencontrar os eixos e restabelecer as relações. E tempo. Quão sábio é o tempo, senhor da razão!
Quão difícil é pedir perdão. E também perdoar. Mas não impossível.
Quem já assistiu ao filme “A Cabana”, baseado no livro homônimo de William P. Young, há de convir que o perdão seja um caminho de aprendizado a que todo ser humano teve aderir, porque humano, limitado, cabeça dura e egoísta, dada a nossa natureza.
É um filme belíssimo, mesmo que trágico, mas que retrata a trajetória de um pai seguindo o aprendizado de perdoar o assassino de sua filha caçula. 
Belíssimo porque vai mostrando o passo a passo de um homem amargurado desde a infância, com sede de vingança e que se deixa conduzir pelo mistério, na descoberta do Sagrado, bem como nas respostas às suas crises existenciais, “onde a culpa é a paralização dos nossos sentidos e ações, daí a necessidade de perdoar a quem nos fez mal e perdoar a nós mesmos”. O filme é uma ficção, mas que nem peca por isso.
Tem ali uma mensagem assim: “O perdão existe em primeiro lugar para aquele que perdoa, para libertá-lo de algo de vai destruí-lo, que vai acabar com a sua alegria e capacidade de amar integral e abertamente”.
E ainda, sobre as lágrimas: “Jamais desconsidere a maravilha das lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar”.
Por mais que doa e difícil seja, precisamos dobrar nosso orgulho e chegar até o outro e pedir ou dar o perdão. É abrir a mão, permitir que seja feliz, pois só é feliz quem dá e não retém para si.
Só o perdão é capaz de trazer de volta ao indivíduo o bem estar, a alegria, a saúde e a serenidade de superar a dor, porque a pessoa desistiu de conservá-la e escolheu chamar a paz de volta ao coração. 
Perdoar é um ato de Amor!


Pela Inclusão e pela Vida!

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