PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quarta-feira, 1 de julho de 2020

CAUSA & EFEITO





Tem um post que escrevi outro dia – “UM DOWN QUE É UP”

Falei ali sobre um mocinho que tem Síndrome de Down, e participa da comunidade a qual também frequento, melhor, nos encontramos vez ou outra na Missa das Crianças. Embora eu não participe exclusivamente de um horário apenas, estou sempre em rodízio, dada as circunstâncias da rotina de casa que determina minhas disponibilidades.

Então, durante a semana estava caminhando no parque e me encontrei com o Nicolas – é o nome dele – e sua mãe. Ele caminhava apoiando ao braço da mãe e ouvindo música no fone de ouvido. Geralmente a maioria dos down tem certa limitação no caminhar, alguns com mais desenvoltura, outros menos.

Foi minha chance ali, de conhecer melhor o garoto que tanto atrai minha atenção, bem como saber seu nome. Porém, ele foi meio arredio à conversa e apresentações, como quem não está a fim de papo. Isso temos sempre que respeitar, pois faz parte do mundo deles, onde muitas vezes, são mais simpáticos com pessoas que fazem parte do rol de convivências como a família, os amigos e a escola.

Conversando um pouco com a mãe do garoto, concordamos que a participação dele na Missa das Crianças tem demonstrado que a Inclusão no campo religioso e espiritual também tem proporcionado maior interatividade e participação não só dele, como transformado a própria comunidade, isso porque ele tem uma interação saudável com as pessoas pelo seu próprio jeito de ser: alegre, amoroso e pronto para ajudar. Mesmo não sendo compreensível as palavras que diz, Nicolas tem sido compreendido por seus gestos de amor e ternura.

Se tem algo ali que ele gosta de colaborar, é passar a caixinha da coleta junto com outras crianças, por ocasião do ofertório.  Atravessando o corredor, vai de fileira em fileira recolhendo as ofertas e, quando vê que as notas ficam entaladas na abertura, imediatamente resolve agitá-la para que se acomodem e não caiam fora. Só então ele retoma as fileiras, o que tem feito com que se atrase a cada vez. Mas as crianças já o conhecem e sabem respeitar o tempo dele.

Descobri uma nova atitude dele, que agora resolveu cumprimentar a igreja inteira quando do momento do abraço da paz. É um gesto muito lindo e que comove a todos. Esse garoto contagia!

Fica claro que essas atitudes inclusivas nas paróquias só acontecem quando a família, as catequistas, a comunidade e o próprio celebrante estão cientes de que o fator a ser promovido para uma maior participação de pessoas com deficiência na comunidade só se dará quando houver uma promoção de todos os recursos humanos e materiais onde elas possam adaptar-se mutuamente. Com amor e respeito.


Pela Inclusão e pela Vida!



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