Tem um post que escrevi outro dia
– “UM
DOWN QUE É UP”
Falei ali sobre um mocinho que
tem Síndrome de Down, e participa da comunidade a qual também frequento,
melhor, nos encontramos vez ou outra na Missa das Crianças. Embora eu não
participe exclusivamente de um horário apenas, estou sempre em rodízio, dada as
circunstâncias da rotina de casa que determina minhas disponibilidades.
Então, durante a semana estava
caminhando no parque e me encontrei com o Nicolas – é o nome dele – e sua mãe.
Ele caminhava apoiando ao braço da mãe e ouvindo música no fone de ouvido.
Geralmente a maioria dos down tem certa limitação no caminhar, alguns com mais
desenvoltura, outros menos.
Foi minha chance ali, de conhecer
melhor o garoto que tanto atrai minha atenção, bem como saber seu nome. Porém, ele
foi meio arredio à conversa e apresentações, como quem não está a fim de papo.
Isso temos sempre que respeitar, pois faz parte do mundo deles, onde muitas
vezes, são mais simpáticos com pessoas que fazem parte do rol de convivências
como a família, os amigos e a escola.
Conversando um pouco com a mãe do
garoto, concordamos que a participação dele na Missa das Crianças tem
demonstrado que a Inclusão no campo religioso e espiritual também tem
proporcionado maior interatividade e participação não só dele, como transformado
a própria comunidade, isso porque ele tem uma interação saudável com as pessoas
pelo seu próprio jeito de ser: alegre, amoroso e pronto para ajudar. Mesmo não
sendo compreensível as palavras que diz, Nicolas tem sido compreendido por seus
gestos de amor e ternura.
Se tem algo ali que ele gosta de
colaborar, é passar a caixinha da coleta junto com outras crianças, por ocasião
do ofertório. Atravessando o corredor,
vai de fileira em fileira recolhendo as ofertas e, quando vê que as notas ficam
entaladas na abertura, imediatamente resolve agitá-la para que se acomodem e não caiam
fora. Só então ele retoma as fileiras, o que tem feito com que se atrase a cada
vez. Mas as crianças já o conhecem e sabem respeitar o tempo dele.
Descobri uma nova atitude dele,
que agora resolveu cumprimentar a igreja inteira quando do momento do abraço da
paz. É um gesto muito lindo e que comove a todos. Esse garoto contagia!
Fica claro que essas atitudes
inclusivas nas paróquias só acontecem quando a família, as catequistas, a
comunidade e o próprio celebrante estão cientes de que o fator a ser promovido
para uma maior participação de pessoas com deficiência na comunidade só se dará
quando houver uma promoção de todos os recursos humanos e materiais onde elas
possam adaptar-se mutuamente. Com amor e respeito.
Pela Inclusão e pela Vida!
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