Durante a semana fui acompanhar
meu pai para fazer exames. Cedinho, jejum e já preparados para encontrar fila.
Descobrimos então que a semana entre as festas de final e início de ano são as
melhores, tanto para realizar consultas como para fazer exames, sem aquela
aglomeração costumeira.
Chegando ao local, apenas duas
pessoas idosas à nossa frente para realizar a coleta de sangue. Beleza!
Ligo o celular para ver algo e
fico à espera do início das chamadas. Alguém, sem querer, se esbarrou no meu
braço e volto minha atenção para ver o que se trata. Um senhor corpulento e
alto, vagaroso em seu andador, pede desculpas pelo esbarrão e segue até o final
da fila. Viro-me e quando vejo, a fila já assumiu proporções maiores, talvez
umas vinte pessoas. E a matemática começou a contar logo cedo a conjuntura da
fila que se formava.
Quando a única atendente do
serviço iniciou a chamada pelas senhas, dois cadeirantes “por direito” tomaram
a frente, logo, os dois idosos à nossa frente, passaram a ser o terceiro e o
quarto pela ordem. E meu pai, o quinto!
Depois de atender os cadeirantes,
a mulher se levantou e avisou no geral que, quem tivesse mais de oitenta anos,
teria prioridade no atendimento em relação aos demais idosos, em seguida
apontou um aviso afixado num quadro, cujo direito ser amparado em lei.
E o baralho das senhas estava
lançado!
Meu pai, 87 anos, era o quinto,
passou a ser o terceiro no atendimento. Os dois idosos, que inicialmente seriam
primeiro e segundo, voltaram mais uma casa e ficaram em quarto e quinto, por
não serem octogenários.
Outros quatro vovôs com mais de
80 se apresentaram e foram atendidos logo após meu pai. Contando também aquele
grandão que esbarrou em mim e levou um tempão para alcançar a sala com seu
andador. Daí perdi a conta!
Coitados dos dois velhinhos que
chegaram cedo, pegaram os primeiros lugares e foram ficando, ficando e ficando
a cada “prioridade preferencial” que apareciam...
Moral do ocorrido:
- Filas existem, sempre existiram,
mas é preciso disciplinar, descentralizar, organizar. Idosos em jejum logo cedo
são suscetíveis a tonturas, hipoglicemia, queda de pressão arterial dentre
outros. Precisam de atenção e atendimento rápido. E nunca devem andar
desacompanhados!
- Idosos, gestantes, pessoas com
deficiência são contemplados pelo atendimento preferencial. Ocorre que há
situações em que os “preferenciais” fiquem numa situação de disputa pela
preferência, de “quem tem mais direito que quem” e isto não é nada saudável nem
correto. Neste caso, deve haver medidas por parte da gestão em saúde, que
disponibilizem mais de um funcionário para atender esses casos.
- Sensibilizar as pessoas deve
ser uma questão muito relevante, sempre! Um olhar humano e solidário voltado
àqueles que realmente devem ser contemplados pela preferência no atendimento, e
não uma disputa, um peso.
Fazer o bem só faz bem!
Pela Inclusão e pela Vida.
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