PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sábado, 29 de dezembro de 2018

DISCIPLINAR A FILA OU SENSIBILIZAR AS PESSOAS?





Durante a semana fui acompanhar meu pai para fazer exames. Cedinho, jejum e já preparados para encontrar fila. Descobrimos então que a semana entre as festas de final e início de ano são as melhores, tanto para realizar consultas como para fazer exames, sem aquela aglomeração costumeira.

Chegando ao local, apenas duas pessoas idosas à nossa frente para realizar a coleta de sangue. Beleza!

Ligo o celular para ver algo e fico à espera do início das chamadas. Alguém, sem querer, se esbarrou no meu braço e volto minha atenção para ver o que se trata. Um senhor corpulento e alto, vagaroso em seu andador, pede desculpas pelo esbarrão e segue até o final da fila. Viro-me e quando vejo, a fila já assumiu proporções maiores, talvez umas vinte pessoas. E a matemática começou a contar logo cedo a conjuntura da fila que se formava.

Quando a única atendente do serviço iniciou a chamada pelas senhas, dois cadeirantes “por direito” tomaram a frente, logo, os dois idosos à nossa frente, passaram a ser o terceiro e o quarto pela ordem. E meu pai, o quinto!

Depois de atender os cadeirantes, a mulher se levantou e avisou no geral que, quem tivesse mais de oitenta anos, teria prioridade no atendimento em relação aos demais idosos, em seguida apontou um aviso afixado num quadro, cujo direito ser amparado em lei.

E o baralho das senhas estava lançado!

Meu pai, 87 anos, era o quinto, passou a ser o terceiro no atendimento. Os dois idosos, que inicialmente seriam primeiro e segundo, voltaram mais uma casa e ficaram em quarto e quinto, por não serem octogenários.

Outros quatro vovôs com mais de 80 se apresentaram e foram atendidos logo após meu pai. Contando também aquele grandão que esbarrou em mim e levou um tempão para alcançar a sala com seu andador. Daí perdi a conta!

Coitados dos dois velhinhos que chegaram cedo, pegaram os primeiros lugares e foram ficando, ficando e ficando a cada “prioridade preferencial” que apareciam...

Moral do ocorrido:

- Filas existem, sempre existiram, mas é preciso disciplinar, descentralizar, organizar. Idosos em jejum logo cedo são suscetíveis a tonturas, hipoglicemia, queda de pressão arterial dentre outros. Precisam de atenção e atendimento rápido. E nunca devem andar desacompanhados!

- Idosos, gestantes, pessoas com deficiência são contemplados pelo atendimento preferencial. Ocorre que há situações em que os “preferenciais” fiquem numa situação de disputa pela preferência, de “quem tem mais direito que quem” e isto não é nada saudável nem correto. Neste caso, deve haver medidas por parte da gestão em saúde, que disponibilizem mais de um funcionário para atender esses casos.

- Sensibilizar as pessoas deve ser uma questão muito relevante, sempre! Um olhar humano e solidário voltado àqueles que realmente devem ser contemplados pela preferência no atendimento, e não uma disputa, um peso.

Fazer o bem só faz bem!



Pela Inclusão e pela Vida.





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