Utilizando esta frase, às vezes costumo brincar com conhecidos e pessoas mais próximas, porque gosto da reação de descontração que provoca ocorrendo em situações quando, por exemplo, ao caminhar na rua, estiver conversando com alguém e não podendo olhar para seu rosto, sob o risco de tropeçar. Ou ainda quando, ao lavar louças, no perigo de quebrá-las como nos casamentos gregos, devo focar a visão para os pratos e não para o interlocutor... É oito ou oitenta!
Em suma, não dá para uma pessoa surda interagir em
duas ou mais situações simultâneas. É uma coisa de cada vez. Nosso mundo é
visual e não sonoro. No ambiente de trabalho então, a coisa complica de vez já
que fica difícil prestar atenção à conversa (e às fofocas) que rolam entre os
colegas e, ao mesmo tempo dar conta das tarefas. Já fui até considerada antissocial por esse
motivo. Mas, fazer o quê?
A verdade é que duas ações concomitantes não
conjugam o verbo das pessoas com surdez ou deficiência auditiva! Não há
reflexos que contribuam para essas ações, afinal temos apenas dois olhos para
captar as incontáveis imagens e depois processá-las... Como dizem: “É muita
areia para nosso caminhão”.
Então, para quebrar o gelo, nada como brincar...
-Pode falar! Tô ouvindo!
Vez ou outra, também acontece de alguém que chega
junto e diz:
- Escuta essa...
-Ouve só o que vou dizer...
Então respondo:
Então respondo:
- Não vai dar... Não escuto! Ah, mas te entendo!
Pessoas cegas também se divertem com quem lhes diz:
- Veja só...
- Você viu?
E os cadeirantes também usam:
- Vou correr contigo;
- Vamos caminhar na praça...
Descontração é o que importa!
Pela Inclusão e pela Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário