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“A
humanidade quer manter uma vida digna à custa da organização legal da morte em
massa de nascituros, escudando-se no direito absoluto da mulher sobre seu
próprio corpo, no crescimento demográfico, na fome, na marginalização, na
discriminação de classes sociais, nos perigos da clandestinidade, na falta de
informação contraceptiva, na precariedade de recursos financeiros para educar
um filho, na rejeição do filho, dentre outros” Maria
Helena Diniz (O estado atual do Biodireito)
No post anterior ficou exposto que a Constituição de 1988 colocou o Estado Democrático de Direito como guardião do bem mais precioso que é a vida. Ora, proteger a vida de um povo comporta a promoção de políticas públicas socioeconômicas e educacionais eficazes que contemplem o direito e o acesso em igualdade para todos.
Mas fica impossível de se
avançar como sociedade promotora de vidas enquanto não houver consciência de
que não estamos promovendo eficazmente na prática aquela igualdade tão
defendida em lei: direitos de gênero, de escolarização, de emprego e aumento de
renda, de saneamento e moradia, enfim, de políticas de vida digna e não
desigual. Fechar os olhos a esta realidade seria inocentar o estado pela
omissão na efetivação dessas políticas.
É imperativo que sociedade e
estado empenhem esforços conjuntos para que, na devida proporção, a vida da
mulher e do embrião sejam protegidos. Estado tem obrigação de resguardar os
cuidados para que a mulher não seja submetida às situações desumanas e degradantes
de um aborto, nem o feto como se fosse um descartável. Deduzido o quanto o aborto
é arbitrário porque reduz a vida a um objeto, expondo a vida nascente ao
capricho de outrem. Se o estado vacila não seria porque seu povo fecha os olhos?
Se em milhares de clínicas
clandestinas, mulheres de poucos
recursos arriscam a dignidade e a saúde sob o perigo e a morte, muitas vezes
contra a própria vontade, para se livrarem do peso de uma gravidez indesejada;
sob o domínio do medo, da insegurança e da solidão; da exclusão da família, do
abandono por parte do companheiro; da perda do emprego, etc, estamos então contornando
apenas as consequências, poço sem fundo.
É preciso focar e combater as
causas desta realidade cruel e poupar vidas. É tão antigo e tão atual o ditado:
“Prevenir é melhor que remediar”. A prevenção comporta programas efetivos de
educação para a sexualidade humana adequada, com ampla informação e conscientização
sobre o próprio corpo; de medidas como planejamento familiar que contemple o
respeito e a escolha do casal e orientação acompanhada, mas não como método de
castração crescente; o acesso aos métodos com qualidade e humanização de
atendimento; a assistência ao pré-natal, dentre outros.
A luta então deve ser pelo
acesso e não pela eliminação de vidas. O caminho é longo e espinhoso, porém,
sem uma cultura de vida digna e uma educação para a igualdade, dificilmente a liberdade
prevalece no meio do povo.
“Sempre
preferimos o caminho errado da "severidade da pena" em lugar do rumo certo da 'certeza do castigo', ou seja, preferimos a repressão à prevenção”. (Prof. Luiz
Flávio)
Continua no próximo post...
Pela Inclusão e pela Vida.
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