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O voluntário é a pessoa que
descobriu, através da experiência de doar-se, sem esperar qualquer remuneração
ou lucro, contribuindo para uma causa de modo que a ação envolvida colabore na
transformação de um mundo mais justo e solidário.
Ser voluntário é nada mais
do que partilhar tempo, vontade, conhecimento, energia, emoções e carinho em
favor de outrem, em gestos e atitudes. Este abrir-se, doar-se provoca
envolvimento. Envolvimento, por sua vez, cria estreitamento de relações, laços
entre pessoas. E o que são relações e laços senão o amor que brota da
convivência e se desenvolve através dela?
A pessoa que ama
verdadeiramente transborda amor e isso a impele a doar-se mais, assim como o
bebê que mama no peito da mãe, quanto mais ele suga o leite, mais este jorra e
aumenta as reservas mamárias. Assim o voluntário consciente, à medida que se
doa e compromete-se responsavelmente, fica impelido fortemente a este ato.
E quando o amor vem com
freio de mão? Pesado e medido; com reservas de domínio; que se dá à base de
troca? No caso, já não se pode falar em solidariedade, onde ninguém dá o que
não tem, e a doação perde seu verdadeiro enfoque e sentido. Obra morta!
Erick Fromm, em seu livro -
“A arte de amar” - ressalta uma bonita afirmação de que o amor é uma ação, a
prática de um poder humano, que só pode ser exercido na liberdade e nunca como
resultado de uma compulsão.
“O
amor é atividade e não afeto passivo – é erguimento e não queda.
Amor
antes de tudo consiste em dar e não em receber.
Dar
é a mais alta expressão da potência, onde ponho à prova minha força, minha
riqueza, meu poder. Essa experiência enche-me de alegria. Nesse ato encontra-se
a expressão de minha vitalidade.
O
que dá uma pessoa à outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá de
sua vida, sua alegria, seu interesse, compreensão, humor, tristeza. Dando
assim, enriquece a outra pessoa e valoriza-lhe o sentimento de vitalidade ao
valorizar seu próprio sentimento de vitalidade.
Não
dá a fim de receber; dá em si mesmo e ao dar verdadeiramente, não pode deixar
de receber o que lhe é dado em retorno.
Implica
fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver
trazido algo à vida.
No
ato de dar, algo nasce.”
E ainda, analisa as facetas
do amor sob a ótica do profeta Jonas, em cujo livro Deus incumbe-o da missão de
comunicar a conversão ao povo da cidade de Nínive, evitando assim sua
destruição. Mas Jonas foge de sua incumbência e é engolido por um grande peixe.
“Jonas
é um homem com forte senso de lei e ordem, mas sem amor.
O
ventre da baleia é local de isolamento que a falta de amor trouxe.
Deus
o salva e ele vai então a Nínive profetizar; mas se aborrece porque Deus usa de
misericórdia (perdoa) com o povo e não faz justiça (não destrói a cidade).
Deus
explica a Jonas que a essência do amor é “trabalhar” por alguma coisa e fazer
alguma coisa crescer; que amor é trabalho e são inseparáveis. Ama-se aquilo
pelo que se trabalha e trabalha-se por aquilo que se ama”.
Aproveito convidar o leitor
a conhecer a história de Jonas, cujo livro, com apenas quatro capítulos, está
contido no Antigo Testamento. É uma bela lição de vida!
Ser voluntário, portanto, é
trabalhar a solidariedade com responsabilidade e empenho, na humildade e
simplicidade, com fé e compaixão.
Seja você também um
voluntário!
Pela Inclusão e pela Vida!
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