Inicialmente foi uma consulta na
área clínica, que depois se tornou rotineira. Assim que descobri que o
profissional atuava também como cardiologista, passei a dar mais atenção em
cuidar da saúde, sendo aconselhada por alguém de confiança e que possui no
currículo trinta e cinco anos dedicados à saúde preventiva. Inclusive minha avó
materna, que já nos deixou há muitos anos, foi uma de suas pacientes.
Então, o que queria dizer
realmente é que, assim que conheci aquele doutor, observei que ele usava um
anel diferente, não sabendo se era realmente um anel ou uma aliança
propriamente dita. De fato sou uma pessoa que observa os detalhes e gosta de
saber seus porquês. Como meu lema de vida é “perguntar é preciso”, careço de
receber informações como toda pessoa com surdez, já que todo ouvinte nem sempre
precise perguntar por conta de seus ouvidos que tudo ouvem e captam,
encarregando-se assim de fornecer as informações desejadas e até indesejadas.
Mas é claro que eu não podia
perguntar logo de cara, né! Mal conhecia o homem e já ir perguntando por algo
de foro íntimo, só se fosse uma “sem noção”.
Foram tantas idas e vindas que
um ano se passou. E a idade que também passa e traz novidades inesperadas como o
tal do LDL – o famigerado colesterol ruim, que aumentou consideravelmente e deveria
ser combatido com medicação e exercícios mais regulares.
Há poucos dias, no retorno à
consulta e com os exames em mãos, mostrei certa apreensão com o resultado ali
apresentado, cujo indicador apontava leve aumento no índice em relação ao considerado
satisfatório. Preparei-me então para o sermão que viria...
Mas o que veio foram elogios.
Admirei-me de como aquele doutor vibrou tanto com os resultados como se fossem
do próprio. O estímulo, o aconselhamento e as vibrações positivas com que trata
seus pacientes são de um revigoramento que dá ânimo a prosseguir no tratamento
e cuidar melhor da saúde. Profissionais assim são raros hoje em dia, em se
olhando para o quadro atual como anda a saúde no País.
E nesse clima, sem nem pensar,
enquanto ele prescrevia o receituário, observei a aliança e já fui emendando:
- Doutor, esses traços em seu
anel são parecidos com os gráficos de um eletrocardiograma, estou certa?
- Correto, ele afirmou. Mandei
gravar nesta e na de minha esposa, já que sou cardiologista.
- Ela é também cardiologista? Perguntei.
- Professora. Ele respondeu.
- Tem química! Retruquei. Aliás,
professores também trabalham com gráficos.
Ele riu e tirou a aliança do
dedo, girando-a completamente, de modo que era possível observar em toda sua
extensão que os gráficos mostravam-se variáveis. Ora espaçados, ora constantes
e repetitivos.
- Ah, entendi! Emendei. O
compasso do coração de dois amantes!
Pela Inclusão e pela Vida!
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