PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

quinta-feira, 19 de abril de 2018

UMA COMUNIDADE CHAMADA FEIRA





UMA COMUNIDADE CHAMADA FEIRA



Domingo, terça, quarta, quinta e sexta-feira, sábado. Com exceção apenas da segunda.

São todos dias de feira! Feira livre.

Pastel, caldo de cana, frutas variadas para provar na hora. Verduras e peixe fresquinhos, condimentos e temperos. Conserto de panelas, quinquilharias de cozinha. Roupinhas básicas dependuradas e balançando ao vento. Quem não gosta de uma feira?

Tem gente que não dispõe de tempo, pelo fato de trabalhar fora e assim, fazem a “feira” no mercado mesmo. O que muitas vezes tem lá suas vantagens pelo preço mais acessível de alguns produtos.

Ocorre que as feiras livres tem um quê de diferencial que quase não se encontra num mercado: o ritual do encontro!

Encontrar a vizinha da rua de cima; algum parente; o amigo da igreja; a antiga colega de trabalho; o vigário rodeado de seminaristas com as sacolas... E rapidamente as notícias se espalham: quem ficou doente, quem se mudou, o desemprego, a inflação e por ai vai.

Esse ritual de reencontrar pessoas tem também um sentido comunitário em relação aos feirantes que ali estão, por vários anos, com exceção de um ou outro novato. Gente que madruga todo santo dia enquanto dormimos, quer faça frio ou chuva e pegam no batente de montar e desmontar a barraca e, de acréscimo, tem sorriso e conversa pra oferecer à freguesia.

D. Dulce, por exemplo, com sua banca de bananas, sempre fazendo um agrado aos fregueses com suas “dúzias de 15”. D. Maria japonesa, com seus legumes, já vai avisando quais estão mais caros e oferece alternativas. As irmãs portuguesas com suas verduras separadas e embaladinhas a preços mais acessíveis, como a mandioca extra acrescentada no pacote ou o maço de cheiro verde de brinde. E o Sr. João das frutas, evangélico, o cara mais educado da feira. Outros então...

Verdade seja dita, fazer a feira, é uma terapia não só de pesquisa e aquisição, como também de relações que se criam, se sustentam e perduram como uma comunidade de bem querença. Que o digam as vovós que ali batem cartão semanalmente. Para elas a feira é uma espécie de hobby, que as tiram, mesmo que momentaneamente, de suas preocupações com o peso da idade e da saúde e as impulsiona ao reencontro, às fofoquinhas, às risadas e aos, nossa, os preços... Como está caro fazer a feira!




Pela Inclusão e pela Vida.




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