PRETENSÃO

Ampliar os horizontes da inclusão é a pretensão deste blog. E inclusão não apenas entendida como movimento de pessoas com deficiência, senão também abordar a ecologia, os movimentos de luta por direitos e cidadania, etc. Falar de inclusão, portanto, significa acolher o meio e todas as pessoas. Significa também respeitar e tolerar a singularidade, fazendo da compreensão uma forma de convivência pacífica e plural. Na inclusão ninguém pode ficar de fora!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

SER VOLUNTÁRIO, SER SOLIDÁRIO






O Voluntário é a pessoa que descobriu a experiência de doar-se a uma causa fazendo o bem, transformando vidas e acreditando que o mundo pode tornar-se mais humano.

Doar-se com tempo, vontade, conhecimento, energia, alegria, emoções e carinho é nada mais do que a partilha do seu ser, potencialmente humano e criativo, que se abre em favor de outrem em gestos e atitudes. Ora, este abrir-se, doar-se provoca envolvimento. Envolvimento, por sua vez, cria estreitamento de relações e laços entre pessoas. E o que são relações e laços senão o amor que brota da convivência e se desenvolve através dela?

A pessoa que ama verdadeiramente transborda amor e isso a impele a doar-se mais, assim como o bebê que mama no peito da mãe, quanto mais ele suga o leite, mais este jorra e aumenta as reservas mamárias. Assim o voluntário consciente, à medida que se doa e compromete-se responsavelmente, fica impelido fortemente a este ato.

E quando o amor vem com freio de mão? Pesado e medido; com reservas de domínio; que se dá à base de troca? No caso, já não se pode falar em solidariedade, onde ninguém dá o que não tem, e a doação perde seu verdadeiro enfoque e sentido. É como obra morta.

Erick Fromm, em seu livro - “A arte de amar” - ressalta uma bonita afirmação de que o amor é uma ação, a prática de um poder humano, que só pode ser exercido na liberdade e nunca como resultado de uma compulsão.

“O amor é atividade e não afeto passivo – é erguimento e não queda. Amor antes de tudo consiste em dar e não em receber. Dar é a mais alta expressão da potência, onde ponho à prova minha força, minha riqueza, meu poder. Essa experiência enche-me de alegria. Nesse ato encontra-se a expressão de minha vitalidade. O que dá uma pessoa à outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá de sua vida, sua alegria, seu interesse, compreensão, humor, tristeza. Dando assim, enriquece a outra pessoa e valoriza-lhe o sentimento de vitalidade ao valorizar seu próprio sentimento de vitalidade. Não dá a fim de receber; dá em si mesmo e ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado em retorno. Implica fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver trazido algo à vida. No ato de dar, algo nasce.”

E ainda, analisa as facetas do amor sob a ótica do profeta Jonas, cuja história contada na Bíblia, relata Deus incumbindo-o da missão de comunicar a conversão ao povo da cidade de Nínive diante de tamanha desordem, evitando assim sua destruição. Mas Jonas foge de sua incumbência e é engolido por um grande peixe.

“Jonas é um homem com forte senso de lei e ordem, mas sem amor. O ventre da baleia é local de isolamento que a falta de amor trouxe. Deus o salva e ele vai então a Nínive profetizar; mas se aborrece porque Deus usa de misericórdia (perdoa) com o povo e não faz justiça (não destrói a cidade). Deus explica a Jonas que a essência do amor é “trabalhar” por alguma coisa e fazer alguma coisa crescer; que amor é trabalho e são inseparáveis. Ama-se aquilo pelo que se trabalha e trabalha-se por aquilo que se ama”.

Ser voluntário, portanto, é trabalhar a solidariedade com responsabilidade e empenho, na humildade e simplicidade, com fé e compaixão.



Seja você também um voluntário!



Pela Inclusão e pela Vida!




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