“Compreendi que tudo o que
Deus fez dura para sempre. A isso nada se pode acrescentar, e disso nada se
pode tirar...
O que existe, já havia
existido; o que existirá, também já existiu. Deus busca aquilo que foge.”
Eclesiastes 3,15
Aquilo que foge? Mas
o que é que foge?
Um animal do pasto? O
pássaro da gaiola? O ladrão da polícia? Aquele aluno da escola? As notas de uma
carteira? O noivo do altar?
Quantas fugas...
Impossível enumerá-las. É mais adiante!
“Deus busca aquilo
que foge!” Como disse o autor do livro, transparece ser uma busca ainda maior, infinita
e imensurável. E o que é infinito e imensurável senão o amor?
Ah, o amor que está
sempre fugindo! Escapando pelos dedos, do controle e do espaço. Quando não está
junto, ele fica na saudade e no pensamento. Como o menininho que queria levar
para casa um casal de calopsita depois de se encantar com a ternura das aves. E
logo viu que precisaria de um viveiro para colocar e cuidar delas. E lembrou-se
do velho e torto viveiro que tinha na casa do avô, e que poderia consertá-lo.
Mas se esqueceu das duas gatas sagazes e do gato que viviam caçando passarinhos
pelo quintal de sua casa... Ele queria, mas sabia que elas precisavam viver. Ficou
então o desejo e a lembrança...
Ah,
o amor que foge tal qual a linha do horizonte, que está sempre ali à frente e
nunca alcançamos. Ou o rio que corre, ultrapassando quedas e obstáculos, criando
margens, lagos e regatos, mas sem nunca neles se estancar. Ensinando que nada é
estático: amor e vida são movimentos. Se não o forem, já não fogem mais. E o
que não foge, estagna e morre.
Quer
saber?
Fujamos
então...
Pela Inclusão e pela
Vida.
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